Vila da Serra abriga diversos bares e restaurantes que são referência

Japonês, cozinha contemporânea, culinária mineira… Quem anda pelas ruas do Vila da Serra, principalmente pela Alameda Oscar Niemeyer, sabe que por ali não faltam opções. Seja um casal, grupo de amigos, família ou apenas uma pessoa procurando por um lugar para um lanche ou para trabalhar enquanto puxa energias de uma boa xícara de café, todos encontram um espacinho para chamar de seu. Nem parece que há pouco mais de 20 anos, mal havia opções para se esconder do sol no bairro de Nova Lima. O Vila da Serra nasceu na década de 1980, maso , no entanto, só foi explodir nos anos 2000, após uma saturação nos empreendimentos do Belvedere. Já o boom no ramo gastronômico demorou uma década mais para acontecer.

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Diogo Paulino lembra bem o que levou a cervejaria Sátira a abrir uma das suas primeiras unidades fora da fábrica do Jardim Canadá. "O Vila da Serra é o point da grande BH", afirma o gerente de marketing da empresa. "Há oito anos a região vem ganhando estrutura, visibilidade e passando por um crescimento imobiliário fortíssimo", diz. A Sátira do Vila da Serra foi inaugurada em 2018, na alameda Oscar Niemeyer, no espaço conhecido como Passeio da Vila, que concentra diversas outras referências que atrai tanto moradores da região como visitantes de Belo Horizonte. E para atender a um público diverso e bem exigente a cervejaria investiu em um cardápio eclético. Além dos tipos diferentes de cervejas produzidas pela Sátira - escolhida melhor cervejaria de BH pela edição especial Encontro Gastrô 2021 - e por parceiros, o gastropub também vende petiscos e pratos com toques da culinária mineira, além de drinques e vinhos. Há também quem diga que foi levado para a região por um "clamor popular". "Recebíamos muitos pedidos dos clientes para trazer algo para cá", conta Túlio Pires, dono do Rullus Buffet. Após uma visita à região, o empresário notou que a maioria dos empreendimentos seguiam a linha de bares, com mesas de madeira, carnes de qualidade e cervejas diferenciadas. Túlio optou por fazer diferente e decidiu pelo aspecto mais refinado de um bistrô. "Confesso que me empolguei com este ponto. Ele é um charme!", diz o empresário, com orgulho. "Por ficar na parte rebaixada do passeio, não tem aquele movimento da rua, criando um ambiente mais intimista". Assim como a unidade da Sátira, o Rullus Bistrô, eleito Restaurante Revelação pela Encontro Gastrô, também está localizado no Passeio da Vila, point que concentra uma boa quantidade dos bares e restaurantes do bairro. Pode-se dizer que é uma feira dos sabores, com cozinhas das mais diferentes. E no cardápio da casa, o Rullus conta com um hall de receitas que fazem a fama do bufê que encanta festas há décadas na capital mineira. Uma das marcas registradas é o macarrão cacio e pepe. A massa temperada com quantidades generosas de pimenta do reino e queijo grana padano também pode ser servida com diversos acompanhamentos, indo de frutos do mar aos cortes bovinos mais cobiçados.

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Também a melhor pizza da cidade está no Vila da Serra. Vencedor do prêmio pela Encontro Gastrô, o Barolio fica no mesmo Passeio da Vila, na Alameda Oscar Niemeyer. "O que nos levou para esta região foi o potencial de crescimento, além de encaixar com o nosso público alvo", afirma o sócio da pizzaria, Matheus Hermeto. O empreendimento se instalou na área das montanhas ainda em 2018, sendo um dos participantes do boom gastronômico da região. Mas, mesmo com o crescimento, existem certas características que são comuns nos mineiros, independentemente do local. "Temos um público da nossa área que é muito cativo e frequenta bastante o Barolio e os outros restaurantes", diz Matheus. "Dizemos que parece cidade do interior: todo mundo se conhece, sabe da história do outro, onde mora." Na cozinha, quem comanda os fornos e as panelas é o chef italiano Carlo Caredda, que levou para o Vila da Serra a culinária da região de Nápoles. Entre as "queridinhas" dos clientes, estão a Barolio, que vai acompanhada de manjericão, queijo parmesão, rúcula e presunto de Parma, e a Amalfitana, com a receita similar à anterior, mas com cogumelos Paris e queijo Brie.

Dídio Mendes é um dos empresários que aposta pesado no Villa da Serra. Durante a pandemia, ele e seus sócios inauguraram dois empreendimentos na alameda Oscar Niemeyer, separados por uma distância de menos de 200 metros. O primeiro a abrir as portas foi o The URBN, inaugurado em janeiro de 2021. O empreendimento começou como uma drinqueria que servia comida oriental, mas nos últimos meses firmou parceria com o Rokkon, referência em BH quando o assunto é culinária japonesa. "Hoje somos um restaurante japonês com alta coquetelaria. A parceria veio para reforçar ainda mais nossa casa", diz o sócio do The URBN Rokkon. Já o restaurante Olivia Mediterrâneo aposta na qualidade da gastronomia da região do sul da Europa e Norte da África tem a oferecer, apostando pesado no chef Jorge Ferreira e no frescor e qualidade dos ingredientes. Perguntado sobre o que atrai o seu olhar para a região, Dídio não pensa duas vezes antes de responder: "O hábito de frequentar bares e restaurantes é uma característica do Vila da Serra. Isso é essencial para que os estabelecimentos possam funcionar quase todos os dias da semana", avalia. O empresário também aponta que entre as alamedas, avenidas e ruas do bairro de Nova Lima, aconteceu uma união perfeita entre oferta e a procura. "É um público que preza pela qualidade e pode escolher entre as opções disponíveis, variando entre estilos e propostas diferentes. Esta oferta com qualidade é que faz do Vila da Serra um destino gastronômico."

Com casas espalhadas pelos quatro cantos de BH, o empresário Alexei Vallerini conta que sempre quis levar seu Almanaque para o Vila da Serra. "A alameda Oscar Niemeyer tem um charme todo especial, com edifícios de alto padrão de um lado e uma gama de serviços muito diversificada do outro", diz o sócio-fundador da choperia. Depois de muita procura, encontrou o que chama de "pontaço". A casa que completa um ano em maio tem 260 lugares, teto retrátil e um imenso painel de LED com 3 metros de largura por 2,5 metros de altura, sob medida para a transmissão de eventos esportivos. O projeto é da arquiteta Beth Nejm. "Uma característica muito interessante daqui é a drinqueria, que já representa o maior faturamento da casa", conta Alexei. "Isso mostra bem o perfil dos nossos frequentadores."

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Mas nem tudo são bares, restaurantes, bistrôs, pizzarias e afins. Na Alameda do Ingá está o Mocca Coffee & Meals (melhor cafeteria de 2021 pela Encontro Gastrô). Recentemente, o espaço passou por uma reformulação, sob a batuta dos seus dois novos donos: Karine Reis e Daniel Libanio Miranda de Souza. "Nós implementamos uma varanda na frente, passamos a funcionar nos finais de semana e à noite, além de termos trazido dois chefs do Vecchio Sogno", conta Daniel. Além da mudança estrutural, a chegada dos novos cozinheiros trouxe mudanças na cozinha, investindo ainda mais em receitas com uma pegada natural, como sucos detox e bowls de frutas batidas com iogurte grego. "O destaque do Mocca hoje é a referência como cafeteria e brunch. Isso vem crescendo muito no Brasil, pegando uma fama", diz o empresário, que ainda recomenda dois drinques que combinam bem com a refeição que mistura café da manhã e almoço: a mimosa (champanhe com suco de laranja) e clericot (vinho branco com frutas). Agora, os novos empresários planejam a inauguração de um novo braço do Mocca, com uma proposta mais exclusiva e badalada: o Moccada. "Ele será acessado por meio de um corredor secreto, que dá no salão. O espaço será para um happy hour mais animado, com música ao vivo e vista para o Vale do Sereno."

Outra marca que enxergou cedo o potencial da região foi a Boníssima. "Há uns 9 anos, vimos que o Vila da Serra tinha um potencial enorme. A cidade estava crescendo e não tinha nenhum supermercado, empório ou padaria por aqui", conta a sócia Luiza Carneiro. Na melhor padaria da cidade, segundo a Encontro Gastrô 2021, não se encontram só pães - apesar de eles estarem lá, seja o tradicional francês, seja uma receita sofisticada de fermentação natural. No cardápio estão pokes, sucos detox e uma linha de pratos sem glúten e low carbs assinados pelo chef Felipe Caputo, sob medida para a turma fitness. Mas há opções para paladares, digamos, mais gulosos, com pizzas, sanduíches, chocolates, cupcakes…

Mesmo com o boom visto nos últimos anos e com vários pontos já consolidados, os empresários da região ainda vêem espaço para crescimento, desde que os empresários estejam dispostos a inovar. "Mercado tem, o problema é arrumar o ponto. E tem de fazer diferente, não adianta chegar com um restaurante com uma pegada semelhante ao que já tem", diz Matheus, do Barolio. Dídio concorda com o colega: "Precisa de muito cuidado para não cair na mesmice. A criatividade da proposta é fundamental para a viabilidade do projeto". Já Daniel, do Mocca, acredita que a presença de excelentes cozinhas na região acaba "expulsando" quem não tem tanta qualidade. "Quando reunimos muitos operadores bons de restaurantes, não sobra espaço para medianos. Não é só abrir as portas. Tem de jogar em alto nível."