

Quando Cristiano resolveu se mudar para Portugal, o negócio deslanchou. À medida que as pesquisas avançavam, foi-se formando a tese de investimento. Escolheram o Douro, a mais antiga denominação de origem do mundo. Para se ter uma ideia, das 264 castas nativas portuguesas, 120 estão nessa região montanhosa. "O Douro produz vinhos de qualidade compatíveis com as melhores regiões do mundo, mas sua história, exceto pelo vinho do Porto, não lhe permitiu ainda o reconhecimento internacional de sua excelência", defende Rubens, para completar em seguida: "Por isso, há um enorme espaço de crescimento e valorização". Ainda há um outro motivo que fez com que ele fincasse sua bandeira em terras lusas. "Sou descendente de portugueses e o investimento no Douro é uma forma de valorizar minhas raízes."

Com a consultoria de dois dos mais importantes enólogos portugueses, João Rosa Alves e Tiago Alves de Sousa, a Menin apostou suas fichas em produzir vinhos que representem o melhor do terroir do Douro. Deu certo. O vinho de estreia da vinícola, o Douro's New Legacy Reserva 2018 recebeu a medalha de ouro na Beliner Wine Trophy, 2021 - Winter Edition, maior competição de vinhos do mundo da International Organization of Vine and Wine (OIV). O evento aconteceu na Alemanha e reuniu cerca de 14 mil produtores e distribuidores de todo o mundo. Já o Menin Grande Reserva Tinto 2019 recebeu a medalha de Grande Ouro no 9º Concurso de Vinhos de Portugal. "Ter uma adega dentro da propriedade é fundamental. Eu consigo ter controle de tudo que se passa na vinha e na própria adega. Isso garante a possibilidade de colher e idealizar a bebida exatamente como desejamos", explica João.

Atualmente, a MWC tem 145 hectares de vinhas e produz 240 toneladas de uvas, o que garante cerca de 240 mil garrafas por ano. O investimento até o momento gira em torno de 30 milhões de euros. "Nosso objetivo até 2025 é chegar em 400 mil garrafas", diz João. Mas os planos dos donos vão além. Rubens pretende produzir, em uma década, 1,2 milhão de garrafas por ano. "Para direcionarmos os negócios para a excelência, com um centro de distribuição moderno, adega, fábrica tecnológica e espaço revitalizado, devemos investir mais 30 milhões de euros nos próximos anos", diz o empresário. Uma das ideias, inclusive, é abrir as vinícolas para visitação e montar uma estrutura hoteleira. "Estamos em fase de estudos de viabilidade econômica. Provavelmente, serão 30 quartos de alto padrão, focados em experiências vínicas ímpares", diz Cristiano.
