Areia sustentável
Com o objetivo de reduzir a quantidade de barragens de rejeitos em Minas, a Vale investe em tecnologia e inovação. A empresa ampliou a fabricação de areia sustentável, que passou a ser produzida em escala industrial, na Mina Viga, em Congonhas. A expectativa é de produzir 80 mil toneladas em 2022 e 185 mil toneladas em 2023. Os produtos gerados têm aplicação em concretos, argamassas, cimentos, entre outros, e são, majoritariamente, utilizados na construção (pesada, civil e industrial), setor fundamental da economia mineira. O escoamento do produto se dará entre os estados por ferrovia, com o aproveitamento da logística existente. Os ganhos são inúmeros, tanto no que diz respeito a redução dos rejeitos a serem dispostos em barragens e em pilhas, como também na diminuição da necessidade de extração de areia no leito dos rios.
Lítio em alta
Dados de arrecadação da CFEM 2022, extraídos do site da ANM, demonstram que Minas Gerais é o único estado produtor de minério de lítio do país. Nossa produção e reservas nacionais do produto não representam percentual tão relevante comparado aos líderes mundiais (o campeão Chile, Bolívia e Argentina). Ainda assim, a forte pressão pela mudança da matriz fóssil para a energia renovável faz de Minas o palco de grandes investimentos e negócios. Dentre outras aplicações, o lítio é utilizado para a fabricação de baterias para carro elétrico e remédios antidepressivos. Atualmente, apenas duas companhias produzem no país, as duas em Minas: a AMG, na região central do estado, que anunciou R$ 1,2 bilhão em investimentos até 2026; e a Companhia Brasileira de Lítio (CBL), no Vale do Jequitinhonha. Este ano, o Governo de Minas realizou processo de venda da participação da Codemge, na CBL (33,3%). Embora o processo ainda esteja sob a análise do Cade, rumores do mercado apontam que as negociações foram concluídas com o exercício do direito de preferência pelos controladores no valor de R$ 208 milhões. Também merece destaque os vultosos recursos aportados pela Sigma Lithium para a primeira obra de seu projeto, estimados em R$ 1,2 bilhões de reais. Com perspectiva de início de produção em 2023, em Itinga, no Vale do Jequitinhonha, a empresa aposta em uma planta ambientalmente sustentável, sem barragem de rejeitos.
Atração de investimentos
O Ministério de Minas e Energia realizou série de debates com agentes de mercado para incrementar os investimentos no setor. Nesse sentido, a Iniciativa Mercado Minas e Energia coletou sugestões do setor produtivo, das entidades setoriais e dos bancos públicos e informou que serão realizados estudos para apresentação das soluções. Os fatores que afastam o mercado de capitais do setor mineral são bem conhecidos: a necessidade de capital intensivo, a incerteza e altos custos para se alcançar o conhecimento geológico indispensável e a impossibilidade de se mensurar o tempo gasto para o licenciamento dos projetos. Um fator positivo foi a Resolução ANM 90/2021, que permitiu que os direitos minerários sirvam de garantia para operações de crédito desde que já tenham superado a fase de pesquisa e comprovada a viabilidade econômica do empreendimento. Os avanços, no entanto, são paulatinos, devido às complexidades dessa área. Bons exemplos vêm da Austrália e do Canadá, que deram segurança regulatória aos investidores e hoje têm nas mineradoras juniores aliadas no conhecimento e desenvolvimento das riquezas minerais.
Novo comando na Cedro Mineração