Perfil:
- Thiago Gomide, 45 anos
- Nascido em Belo Horizonte
- Casado, 2 filhos
- Formado em arquitetura pela Faculdade Fumec, participou do planejamento do espaço que viria a se tornar o Inhotim, maior museu a céu aberto do mundo. Como galerista, contribui para dar visibilidade a artistas brasileiros no cenário mundial. Em 2022, levou para a Art Basel Miami Beach peças de mobiliário desenvolvidas por Lina Bo Bardi durante o período de atividade do Studio d’Arte Palma (1948-1950), além de obras que aproximam a autora da arte popular brasileira.
Formado em arquitetura pela Fumec, Thiago ingressou no universo artístico ainda criança, inspirado pela mãe arquiteta. "Pintar e desenhar eram meu passatempo predileto", conta. "Minha mãe me dava pincéis de presente quando viajava." Durante a faculdade, em 1997, Thiago ajudou a mãe em um projeto da Casa Cor que incluía móveis dos anos 1950. "Quando terminou, ela me deu os móveis e eu montei um espaço para começar a vender." O trabalho fez com que Thiago ingressasse de vez no universo das artes e galerias de Belo Horizonte. "Eu recebia muitos artistas e galeristas que queriam trocar os móveis por esculturas e telas."
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O espaço se tornou algo híbrido entre a venda de móveis e uma galeria de arte e se manteve até 2002, quando Thiago ingressou para a equipe de planejamento do Inhotim, que viria a se tornar o maior museu a céu aberto do mundo. "Comecei como voluntário, porque me encantei muito com a proposta." Como se sabe, o projeto deu (muito) certo e, aos 30 anos, Thiago já havia viajado o mundo indo a bienais e feiras de arte, conhecendo alguns dos principais artistas e galeristas internacionais.
Com o repertório, surgiu o desejo de abrir sua própria galeria em BH. O projeto, contudo, foi concretizado em São Paulo. O foco são as artes, mas Thiago resgata sua paixão pelo mobiliário antigo sempre que possível, como foi o caso da exposição de Lina Bo Bardi. "Os móveis estavam guardados há três gerações e eu sentia que precisava fazer esse projeto." Para Thiago, o mais encantador do trabalho é que Lina Bo Bardi era uma mulher da elite que enaltecia a arte brasileira feita por negros e indígenas. "Ela colocava esses artistas ao lado de arte branca europeia", diz. "Eu me inspiro muito nisso."
O conceito deve se fazer presente na galeria de 600 metros quadrados que será inaugurada por Thiago em março deste ano, na Avenida Paulista, em São Paulo. A abertura trará exposição com obras inéditas da artista Lenora de Barros, que foi uma das cinco brasileiras na Bienal de Veneza. Posteriormente, o espaço trará projetos em parceria com outras galerias, além de representar oficialmente a artista mineira Teresinha Soares, de 96 anos, que explora temas como sexualidade, direito das mulheres e questões ambientais. "Vai ser a primeira grande exposição dela em galeria", relata Thiago. "Isso é um orgulho imenso para mim e para a arte mineira e brasileira."
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