
A instituição, que já era referência em transplantes em Minas Gerais, agora é a única do estado com Nível A no Programa de Qualidade no Processo de Doação e Transplantes (QualiDot), do Ministério da Saúde. Instituído em 2022, o QualiDot tem o objetivo de medir a qualidade do serviço em todo o país. Entre os critérios estão tempo médio de espera na lista de transplante, número de cirurgias realizadas, segurança dos procedimentos e acompanhamento dos pacientes. A conquista é motivo de orgulho. "A missão da Santa Casa é fazer uma saúde de ponta para todos, e o transplante representa isso", afirma o médico intensivista e diretor de Assistência à Saúde da Santa Casa BH, Cláudio Dornas. Todos os atendimentos realizados pelo hospital são feitos pelo SUS (Sistema Único de Saúde), sem custo para os pacientes.

O tratamento começa assim que o paciente é encaminhado para o centro de transplantes. Após uma série de consultas e exames, ele é incluído na lista de espera: além da ordem de inscrição, a fila leva em conta a urgência do caso e a compatibilidade entre o paciente e o doador. A organização das listas de espera são estaduais e o Sistema Nacional de Transplante regulamenta e monitora todo o processo. Quando um doador aparece, o órgão passa por uma avaliação e o paciente é acionado. No dia 20 de julho de 2022, foi a vez de Janaína. "Atendi o telefone e falaram para eu estar no hospital no dia seguinte, às sete horas da manhã."

Além de todo o cuidado durante a cirurgia, os pacientes transplantados são acompanhados no pós-operatório. "No início esse controle é semanal. Depois que a pessoa fica estável, ela volta de três em três meses e, depois, de seis em seis", explica Agnaldo. "Eu me sinto orgulhoso em fazer parte disso. A gente trabalha no dia a dia para fazer bem o nosso serviço, e não para ganhar prêmio, mas receber essa certificação é um incentivo, mostra que a gente está no caminho certo".

A qualidade no atendimento, aliás, é um dos pontos mais reforçados por Janaína. "Nesse processo até a cirurgia eu fiz uma segunda família. Todo mundo vibrava comigo, torcia, me passava força. Não era só a excelência no serviço, era muito além, era humanidade." A alegria de Janaína e de tantos outros depende também da doação de órgãos. Agnaldo reforça a importância de as pessoas conversarem com amigos e familiares sobre o assunto: "Sempre que a gente fala dessas histórias emocionantes, a gente tem que lembrar que uma família que estava sofrendo pela perda de alguém fez esse gesto muito bonito que é doar órgãos."