O ex-governador Alberto Pinto Coelho: ele esteve à frente de projetos importantes para o estado - Foto: Samuel Gê/Encontro/Arquivo"Um estadista e democrata na essência. Fez da política um exercício diário de fazer o bem, de servir à Minas e aos mineiros". Assim o deputado estadual Betinho Pinto Coelho (PV), 3º vice-presidente da Assembleia Legislativa, se refere ao pai e ex-governador de Minas Gerais, Alberto Pinto Coelho, morto em novembro, aos 78 anos de idade, vítima de leucemia. Graduado em administração de empresas, com décadas de vida pública, Pinto Coelho representou o Ministério de Comunicações em Minas Gerais e comandou o Departamento Nacional de Telecomunicações (Dentel) entre 1986 e 1990. Foi eleito deputado estadual pela primeira vez em 1994 e reeleito três vezes. Assumiu a presidência do Legislativo estadual de 2007 a 2010. Em 2010, foi eleito vice-governador na chapa de Antonio Anastasia e em 2014, com a saída de Anastasia para concorrer a uma vaga no Senado, assumiu como chefe do Poder Executivo. Respeitado por aliados e opositores, algumas de suas características ficaram marcadas nessa trajetória, como o sorriso fácil e a busca incessante pela conciliação. "Sem nunca transigir seus valores", ressalta Betinho. Conhecido pelos artigos publicados em jornais mineiros e de circulação nacional, Pinto Coelho levava tão a sério essa atividade que certa feita chegou a declarar: "Escrever é expor-se. O estadista que não apresenta seu pensamento ao público não cumpre a totalidade de seu dever. O escrutínio das ideias é um exercício de transparência essencial à política, sobretudo num tempo de maquiagens e marquetagens como o atual".

Nascido em Rio Verde (GO), aos 3 anos de idade Alberto Pinto Coelho veio com a família para Belo Horizonte, de onde não saiu mais. As raízes minerais vieram de seus pais, o professor e advogado Dr. Alberto Pinto Coelho, natural de Manhuaçu, e de dona Abigail, professora primária, nascida em São Domingos do Prata. Do pai, que presidiu a Assembleia Legislativa de Goiás entre 1947 e 1948, ele herdou a habilidade para a articulação política, a capacidade de trabalho, o amor pelos livros e o espírito público. Sua iniciação na política foi orientada pelo ex-embaixador do Brasil em Portugal e eminente mineiro José Aparecido de Oliveira, também conhecido como o ‘Zé de Todos os Amigos’. Em sua biografia, ele é apontado como "chefe de família exemplar, pai maravilhoso, marido amoroso, avô apaixonado, o amigo generoso de hábitos burilados pelo berço, a estrela de máxima grandeza na política, a figura humana iluminada". Para perpetuar o seu legado, dentro e fora da política, os filhos Alexandre, Daniel e Paula, além do deputado Betinho, seguem ressoando os seus feitos. "Foi seguindo os seus passos e acompanhando de perto o homem público Alberto Pinto Coelho que veio a minha vocação", diz o filho político.

Betinho lembra que a participação popular e o diálogo com a sociedade sempre foi uma preocupação do pai. Quando vice-governador, presidiu oito comitês temáticos, com destaque  para o Comitê Gestor das Copas das Confederações e do Mundo, o Comitê de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável e o Comitê de Políticas para a Juventude. Também esteve à frente de importantes programas e projetos, como Água da Gente, maior programa de saneamento da história de Minas Gerais; Rodoanel Norte, obra de fundamental importância para o desenvolvimento da região metropolitana de Belo Horizonte; e o Minas Comunica II, que tem como objetivo levar telefonia a todos os distritos de Minas Gerais. "O caminho é longo e ainda resta muito a percorrer e conquistar. Vamos em frente", costumava dizer Alberto Pinto Coelho. Ao que, hoje, lhe responde o filho Betinho: "Vamos, meu amado pai!".

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