Perfil:
- Gustavo Werneck, 51 anos
- Belo Horizonte (MG)
- Casado, 2 filhos
- Formado em engenharia mecânica pela UFMG, com MBA na Fundação Getúlio Vargas e no Ibmec; especialização na Harvard Business School, Northwestern University e London Business School
- CEO da Gerdau
Primeiro CEO que não é da família controladora, Gustavo Werneck está na Gerdau há 20 anos. No topo do organograma, desde 2018. No ano passado, ele anunciou um investimento de 5,5 bilhões de reais na operação da companhia em Minas Gerais. Mesmo com a crise no mercado de aço por causa da importação chinesa, Gustavo garantiu que os planos no estado permanecem inalterados. "Não iremos reduzir o patamar de investimentos anunciado para Minas Gerais em 1 dólar que seja." A Gerdau é uma gigante de 123 anos que fatura 80 bilhões de reais a cada 12 meses, está presente em nove países e tem 35 mil funcionários. Ao todo, são 30 usinas espalhadas pelo mundo. Minas concentra 60% da operação brasileira, quase um terço do total de funcionários, quatro usinas produtoras de aço e duas minas de minério de ferro, além de 250 mil hectares de área florestal (mais de 7,5 vezes a área total do município de Belo Horizonte), entre campos de preservação e de cultivo de eucalipto. Hoje, a empresa é referência mundial em baixa emissão de CO2. "Cerca de 75% da nossa capacidade produtiva está relacionada à reciclagem de sucata metálica, o que permite a produção de aço com sustentabilidade", afirma Gustavo.
Casado e pai de dois filhos, o executivo diz que saiu de Belo Horizonte "para o mundo". Antes de entrar na Gerdau, viveu na Alemanha. Depois, nos Estados Unidos e na Índia. No Brasil, já morou no Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Paraná e São Paulo. Faixa-preta de caratê, ele afirma que a arte marcial ajuda não apenas na concentração, mas também a evitar a impulsividade. "No caratê, nós desenvolvemos uma relação de humildade com o nosso oponente. E também buscamos evitar o conflito. As técnicas são muito mais negociais do que agressivas." E o fato de ser mineiro, influencia na atuação da Gerdau no estado? "Do ponto de vista do negócio, não. Já do ponto de vista de criar relações, que para nós mineiros é muito relevante, traz um ganho", diz. "Traz a capacidade de compreender melhor a cultura do estado e saber quais são as instituições que mais podem nos ajudar." Para ele, os investimentos no Brasil, e mais especificamente em Minas Gerais, têm de carregar não apenas ganhos para a empresa, mas mudanças sociais. "Não adianta investir se não mudar a realidade social das comunidades onde a gente está investindo." E Gustavo adianta uma boa notícia para os mineiros: "Nossa presença em Minas será muito reforçada. E o impacto que podemos ter na sociedade é ilimitado".
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