O presidente Tadeuzinho: "Com muita união, muito esforço de todos os lados, do governo, da oposição, dos deputados em geral, nós conseguimos adequar uma ideia para ajudar Minas a pagar suas contas" - Foto: Luiz Santana/DivulgaçãoEle tem a cara da renovação e o jeitão raiz de fazer política do mineiro. Quem o vê pela primeira vez, com seus 1,93 metro de altura, pode até ficar intimidado, mas são exatamente a serenidade e a capacidade de unir os diferentes que fizeram Luiz Tadeu Martins Leite, o Tadeuzinho, de 37 anos, ser eleito presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) de forma unânime pelos colegas, sendo candidato único ao cargo, depois de uma articulação que uniu do PT ao PL - da oposição ao próprio governador Romeu Zema, que decidiu pelo apoio diante da vitória inevitável do jovem, mas já experiente, parlamentar. De perfil conciliador e calmo, daquele que costuma ouvir primeiro para depois falar, o deputado conseguiu, ao longo de 2023, manter o protagonismo e a independência da Assembleia, dando espaço às vozes discordantes e impulsionando os debates mais relevantes do estado, ao mesmo tempo em que manteve o diálogo aberto e de forma leal aos outros Poderes. "Foi um ano de muito, muito trabalho, mas que resultou em boas entregas da Assembleia. Nosso principal desafio foi iniciar o debate e construir, de forma conjunta, uma solução para a dívida do estado com a União, que hoje está na casa dos 160 bilhões de reais", diz.

É também nas falas do presidente da Assembleia que seu estilo se revela. Com ele não tem disputa por espaço - todo mundo tem lugar de fala e pode ser ouvido para agregar. "Com muita união, muito esforço de todos os lados, do governo, da oposição, dos deputados em geral, nós conseguimos adequar uma ideia para ajudar Minas a pagar suas contas. Tivemos também uma série de projetos aprovados e debatidos visando sempre melhorar a vida do cidadão mineiro", afirma Tadeuzinho. Para quem o conhece de perto, sua escolha como presidente da Casa e a "aprovação de todos" no primeiro ano de gestão do Legislativo não surpreende. Tadeu foi eleito deputado estadual pela primeira vez em 2010 - um dos mais jovens parlamentares da história Assembleia, assumindo o mandato aos 24 anos.

Formado em Gestão Pública, o mineiro de Montes Claros, no norte do estado, é também um workaholic, daqueles que não têm medo de arregaçar as mangas logo cedo: mesmo durante os recessos parlamentares, trabalhou direto da sede do Legislativo e, às vezes ainda antes das seis da manhã, já enviava mensagens a seus assessores e conselheiros mais próximos para tratar dos compromissos do dia. O hábito não vem de hoje. Durante a pandemia, Tadeuzinho, na época ocupando o cargo de 1º secretário da Assembleia, responsável pela gestão interna e por cuidar de questões burocráticas da Casa, foi o único deputado, além do então presidente, Agostinho Patrus, a ir pessoalmente para o gabinete tomar decisões. Mas nem só da labuta vive o homem. Aos finais de semana, quem passar por trilhas de mountain bike pela região metropolitana de Belo Horizonte pode se deparar com o presidente do Legislativo - normalmente acompanhado de amigos de infância ou, às vezes, até mesmo de um prefeito ou deputado.

Para 2024, Tadeuzinho já começa a mirar as pautas mais importantes para o estado. No caso, solucionar de vez o endividamento e debater como, a longo prazo, minimizar efeitos de outros problemas históricos. "Avançaremos na questão da seca em algumas regiões de Minas, como o Norte e Nordeste. Estamos atuando, cobrando por medidas emergenciais, mas vamos entrar com força para debater como solucionar esses problemas a médio e longo prazo. É uma das pautas para 2024, entre tantas outras."

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