
Não é à toa que, hoje em dia, a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) prevê o estudo da educação financeira no ensino básico das escolas de todo o país, a fim de proporcionar uma base sólida de conhecimentos financeiros desde a infância. Para além de conceitos matemáticos, a disciplina auxilia estudantes a pensarem no projeto de vida e até na profissão que pretendem abraçar, já que experiências no ambiente escolar formam adultos mais preparados, capazes de conceber escolhas embasadas e sustentáveis para o futuro.


Iniciativas que incentivam o espírito empreendedor alinhadas ao letramento financeiro também são apostas das instituições de ensino. As escolas contam com a ludicidade - resguardadas as particularidades de cada idade - e atividades que se aproximam da realidade das crianças para envolvê-las. Esse é o caso do Coleguium, que implantou um projeto especial de empreendedorismo para o ensino fundamental. Tendo como base estudos acerca da administração financeira, a escola concebeu uma ideia na qual as crianças participam de forma ativa em planejamento financeiro a longo prazo e são recompensadas com o resultado de seu trabalho. No fim do ano letivo, as classes do 5° ano ganham uma celebração em uma casa de festas, que é organizada pelas turmas e custeada com recursos de ações que realizaram ao longo do ano. Assim, o projeto não apenas habilita princípios de autonomia, mas também os faz entender o valor do dinheiro.

Já no colégio Cotemig, a educação financeira acontece nas três séries do Ensino Médio. Algumas atividades desenvolvidas são a Feira de Trocas, o Mesadinha e o uso do App Inventor para o desenvolvimento de um aplicativo para controle financeiro. Além disso, a formação conta com o Projeto de Vida, sendo parte do Novo Ensino Médio, que visa proporcionar autoconhecimento e orientação para que o aluno direcione seus estudos por áreas de conhecimento conforme o seu objetivo após o fim da trajetória escolar. Luciano Santos, coordenador da Formação Geral Básica do Cotemig, explica que a disciplina permite que os adolescentes - prestes a adentrar no ensino superior e no mercado de trabalho - entendam como considerar o fator financeiro é importante de acordo com o plano de carreira que cada um delinea. "Todo projeto de vida envolve a dimensão econômica, considerando o ganho financeiro, as despesas e investimentos", justifica. Nesse sentido, segundo o coordenador, a educação financeira, alinhada com o conteúdo do Projeto de Vida, é a chave para que os jovens compreendam o valor financeiro agregado à profissão escolhida. "A consciência financeira possibilita aos estudantes discernirem o critério econômico inerente à profissão, o investimento na formação profissional e seus benefícios econômicos pelo trabalho realizado futuramente", diz Luciano.