Revista Encontro

GASTRONOMIA

Le Cordon Bleu, maior escola de gastronomia do mundo, chega a BH

Junto com o UniBH, a instituição estreia na capital mineira com a intenção de potencializar a vocação gastronômica do estado

Carolina Daher
As unidades curriculares teóricas seguem a matriz do curso de Gastronomia e seis dessas unidades recebem a chancela da Le Cordon Bleu: garde manger, panificação e confeitaria, cozinha internacional, cozinha brasileira, sustentabilidade e segurança alimentar, bebidas e harmonizações e ciência gastronômica - Foto: Divulgação
A primeira porta foi aberta. É assim que Rafael Ciccarini, reitor do UniBH resume a chegada do Le Cordon Bleu em Belo Horizonte. "Minas Gerais está na vanguarda do movimento gastronômico no país, com um crescimento significativo no setor. E oferecer um curso de gastronomia em parceria com a mais tradicional escola de gastronomia do mundo é uma resposta à rica tradição culinária do estado", diz.
.

O primeiro passo do Le Cordon Bleu em Minas vem em forma de parceria. Sócias, a escola francesa e o UniBH (que fazem parte do Grupo Ânima de Educação) acabam de lançar o bacharelado em gastronomia com a duração de três anos. Durante esse período, os alunos terão aulas teóricas e práticas sobre diversos segmentos da área no campus do Buritis. Com unidades em São Paulo e Rio de Janeiro, Rafael explica que os cursos oferecidos nessas cidades pela Le Cordon Bleu, como o le Grand Diplôme e Pâtisserie, não são os mesmos ofertados em Belo Horizonte no UniBH. "Lá são mais direcionados para quem quer ser chef de cozinha. O nosso é mais abrangente, os alunos passam por todas as áreas da cadeia", afirma o reitor. Ou seja, os estudantes têm contato não só com as técnicas de cozinha, mas também com a parte de gestão e empreendedorismo, por exemplo.
.

O Reitor da UniBH, Rafael Cicarini: "Minas Gerais está na vanguarda do movimento gastronômico no país, com um crescimento significativo no setor. E oferecer um curso de gastronomia em parceria com a mais tradicional escola de gastronomia do mundo é uma resposta à rica tradição culinária do estado" - Foto: DivulgaçãoAs unidades curriculares teóricas seguem a matriz do curso de Gastronomia e seis dessas unidades recebem a chancela da Le Cordon Bleu: garde manger, panificação e confeitaria, cozinha internacional, cozinha brasileira, sustentabilidade e segurança alimentar, bebidas e harmonizações e ciência gastronômica. Todo o corpo decente passará por um treinamento no Le Cordon Bleu. Além disso, a estrutura das cozinhas recém-construídas também é projetada pelo instituto francês. "UniBh é a segunda instituição do Ecossistema Ânima a receber o curso em parceria com o Le Cordon Bleu. Ele já oferecido na Anhembi Morumbi em São Paulo", explica Rosa Moraes, embaixadora de Turismo e Hospitalidade da Ânima Educação. O curso terá dupla certificação. O bacharelado possui 1670 horas e é certificado junto ao MEC.
.

A ideia de trazer a escola francesa para Belo Horizonte nasceu do grande movimento que Minas Gerais tem feito para se consolidar como um destino gastronômico no país. Dono de uma cultura culinária centenária, o estado tem apostado em eventos e circuitos que valorizam as muitas riquezas gastronômicas espalhadas pelo território de 586.528 quilômetros quadrados. Recentemente, foram lançadas quatro rotas turísticas: Cafés de Sul de Minas; Café do Cerrado Mineiro; Rota Ciclo turística Bahia-Minas e Caminhos do Geoparque de Uberaba.  Minas liderou o crescimento do turismo no Brasil em 2023, quando recebeu mais de 31 milhões de visitantes e, neste ano, segue em primeiro lugar na variação acumulada de abril de 2023 a abril de 2024. No período, o volume das atividades turísticas no estado chegou a 12,5%, 166% acima da média nacional, segundo o Observatório do Turismo de Minas Gerais, realizado a partir de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "O circuito gastronômico mineiro é um dos principais do Brasil. Nossa proposta é contribuir no fomento e geração de emprego e renda local, além de fortalecer o crescimento do setor com profissionais qualificados", diz Rosa.
.

Rosa Moraes, embaixadora de Turismo e Hospitalidade da Ânima Educação: "Nossa proposta é contribuir no fomento e geração de emprego e renda local além de fortalecer o crescimento do setor com profissionais qualificados" - Foto: Fabiana Kocubey/DivulgaçãoÉ importante ressaltar, segundo Rafael, que a escola francesa quer unir as fortes tradições à metodologia centenária francesa, elevando a comida mineira a outro patamar. "Costumo dizer que os professores chegam carregando uma maleta com suas ferramentas de trabalho. Eles não entram em qualquer lugar do mundo com a intenção de ensinar gastronomia francesa e sim, profissionalizar e valorizar a cultura local", diz Rafael. "O Le Cordon Bleu se surpreendeu com o quanto e estado ainda pode crescer no setor, ainda há muitos caminhos a serem percorridos. Potencializar ainda mais nossa vocação culinária."
.

As matrículas já estão abertas e é preciso passar por um processo seletivo. São 40 vagas por turma. As aulas começam no início de agosto e a mensalidade é de 1989 reais.

O que é a Le Cordon Bleu?

Fundada em Paris em 1895, pela jornalista e editora da revista La Cruisinière Cordon Bleu, Marthe Distel, a instituição francesa é considerada a maior rede de escolas de culinária e hospitalidade do mundo, com 35 institutos em 20 países e 20 mil alunos de mais de 100 nacionalidades treinados todos os anos. A escola está presente no Brasil desde 2018. Passaram por lá nomes notáveis como Julia Child, em 1950.
.