A educação escolar no Brasil nasceu da iniciativa privada, quando, por volta de 1533, os franciscanos fundaram o primeiro estabelecimento de ensino em terras de Santa Cruz, na Bahia. Outra importante contribuição do ensino não-estatal veio dos jesuítas, por meio de instituições religiosas. Ao longo dos séculos, tornou-se evidente que a educação não é só a mola propulsora da sociedade. É, também, um negócio lucrativo. Estudo realizado em 2023 para mapear as melhores cidades do país para investir no setor de educação básica, técnica e superior aponta que Belo Horizonte ocupa lugar de destaque. De acordo com o relatório organizado pela consultoria Urban Systems, a capital mineira ficou atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Para conquistar pais e alunos, os colégios não pensam apenas no bê-á-bá da educação. É preciso investir em infraestrutura que garanta conforto, segurança, bem-estar e lazer dos estudantes.
. Não à toa, diversos colégios de Belo Horizonte anunciam novas unidades. O Bernoulli acaba de abrir uma nova sede no casarão da década de 1950, no bairro Cidade Jardim, onde por décadas funcionou o Colégio Pitágoras – e já se prepara para lançar, em 2025, um colégio no Vale do Sereno, em Nova Lima. A cidade da região metropolitana de BH recebe também, em breve, uma nova unidade do Logosófico. Vendido recentemente para uma rede de ensino com mais de 100 escolas em todo o território nacional, o Magnum chega a Lourdes. Com os olhos voltados para o interior, o Colégio Santo Agostinho, da Rede Lius Agostinianos, anunciou sua primeira unidade em Divinópolis, cidade do centro-oeste mineiro localizada a 120 quilômetros da capital. Conheça a seguir um pouco mais de cada um desses projetos.
. Colégio Bernoulli
A revitalização do prédio preservou todas as suas características históricas, resgatando, também, aspectos da estrutura original. Além do piso de diversas áreas, mais de 700 janelas foram recuperadas, juntamente com os guarda-corpos, escadas e telhado. "Não vamos deixar a tradição de lado, vamos unir história e modernidade", diz Rommel. Com capacidade máxima para 2,4 mil alunos, o prédio de 14 mil metros quadrados abriga mais de 100 salas, muitas delas utilizadas para espaços de convivência. Os estudantes terão acesso a salas de aula projetadas com acústica e iluminação adequadas, pátios, amplas áreas verdes, bibliotecas, auditório multifuncional, salas especializadas para aulas de artes, maker e música. Também poderão explorar seus talentos nas quadras de esportes, cozinha e horta pedagógicas, entre outras atividades. "O nosso objetivo é favorecer o desenvolvimento acadêmico, social e pessoal dos nossos alunos, tornando o ensino ainda mais agradável." Para os nostálgicos do antigo Pitágoras, a boa notícia é que entre os planos do Bernoulli Cidade Jardim, está permitir a visitação ao prédio histórico.
. Os planos da rede em Minas não param nos limites de Belo Horizonte. Fundado em 1999, o grupo educacional Bernoulli também se prepara para lançar uma unidade no Vale do Sereno, em Nova Lima. A conclusão das obras está prevista para o final deste ano, com início do ano letivo já em 2025. Com capacidade para receber até 2,8 mil alunos da educação infantil ao ensino médio, o complexo conta com 40 mil metros quadrados de área construída e até ginásio com medidas para competições oficiais. A proposta é oferecer soluções que garantam o conforto e a segurança de pais e alunos, entre elas, a adoção de horários diferentes de entrada e saída de estudantes e áreas de embarque e desembarque para otimizar a mobilidade. O grupo é formado pelo Bernoulli Go; pelos Colégios e Pré-Vestibulares Bernoulli, com unidades em Belo Horizonte (Cidade Jardim, Lourdes e Santo Antônio), e em Salvador; e pelo Bernoulli Sistema de Ensino, que desenvolve soluções didáticas utilizadas por mais de 900 escolas parceiras em todo o Brasil. Integrante do Projeto Ismart, auxilia jovens talentos de baixa renda com bolsas de estudo e programas de desenvolvimento profissional.
. Colégio Santo Agostinho
Com 230 mil habitantes, Divinópolis preserva a tranquilidade e hospitalidade das cidades interioranas, mas sem perder a veia do desenvolvimento. Conhecida como Princesa do Oeste e Cidade do Divino, se destaca também no setor de educação. "Um elaborado estudo de mercado nos apontou que havia demanda na região para a nossa proposta pedagógica. E melhor ainda foi poder fazer parceria com uma escola que já é referência na cidade", diz o diretor-geral, Márcio Horta. O início das atividades do Santo Agostinho na cidade está previsto para 2025. O objetivo é manter os integrantes da equipe do Criançarte que desejarem permanecer na instituição. Inicialmente, as turmas existentes serão mantidas e novas turmas serão abertas, de 6º e 7º ano, no turno da manhã. A exemplo das demais unidades do colégio, o planejamento é de oferecer formação completa aos estudantes, até a 3ª série do Ensino Médio. Além da unidade em Divinópolis, a rede possui cerca de 8,5 mil estudantes distribuídos nas unidades em Belo Horizonte (Santo Agostinho e Gutierrez), Contagem e Nova Lima. Cerca de 1,8 mil crianças e adolescentes também são atendidas nas Escolas Sociais Agostinianas, nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. Outra unidade social será aberta em Fortaleza, em 2025. "É importante destacar que os freis agostinianos trazem essa inquietude de transformar vidas por meio da educação, mantendo presença missionária em regiões de grande índice de vulnerabilidade social", afirma Paulo Negreiros.
. Na estratégia de expansão também está incluída mais uma unidade em Nova Lima, agora no Alphaville, na Lagoa dos Ingleses. O prédio será construído em uma área de 20 mil quadrados, com capacidade para cerca de 1 mil estudantes. Ainda não há previsão de inauguração. "Já estamos avaliando a escolha do design da arquitetura do imóvel. Todos os trâmites legais estão sendo providenciados para que a construção seja iniciada ", diz Paulo Negreiros.
. Colégio Logosófico
A educadora aponta que um dos destaques do projeto arquitetônico são as salas infantis, com cada uma contando com pátio privativo e banheiros exclusivos. "Além de aumentar a segurança das crianças, queremos estimulá-las a serem mais independentes, dentro de um espaço monitorado por duas professoras." O modelo, diz a diretora, também propicia o atendimento individual de cada aluno, reforçando valores fundamentais. A cada quatro turmas, um responsável da equipe técnica irá acompanhar os discentes e dar atenção aos pais. "Nossa proposta pedagógica é voltada para a formação do indivíduo para a vida toda e não apenas na parte acadêmica regular." No prédio, além das 32 salas de aula e dos mini auditórios, várias outras salas ficarão disponíveis para reuniões. O planejamento gradual prevê que até junho de 2025 a nova escola estará pronta para receber os pais e iniciar as matrículas para o ano letivo de 2026.
. "As famílias dos nossos alunos se tornam uma grande família e para que esse ambiente vá se formando aos poucos, optamos por começar pela educação infantil para depois acrescentar novas turmas", afirma Liara. As novidades não param por aí. Segundo a diretora, o conselho administrativo da Fundação Logosófica já aprovou a criação do curso superior de pedagogia que, possivelmente, será ministrado no mesmo prédio do Vila da Serra. Com quatro unidades educacionais na Argentina, duas no Uruguai e oito no Brasil, duas delas em Belo Horizonte, o Sistema Logosófico de Educação ensina a teoria e a prática de uma pedagogia que "permite à criança e ao adolescente o desenvolvimento de todas as suas aptidões, ajudando na formação de cidadãos mais conscientes". No Vila da Serra desde 1988, a fundação já possui uma escola na região, voltada para o público adulto.
. Colégio Magnum
O projeto arquitetônico prevê 4 mil metros de área construída e capacidade para até 2,5 mil alunos. Ao todo, 302 salas de aula serão disponibilizadas da educação infantil ao ensino médio. O projeto também contempla biblioteca multifuncional, laboratórios, salas para a realização de atividades físicas como judô e balé, cozinha pedagógica, restaurante rooftop, quadra climatizada indoor e quadras externas. "Outro grande diferencial é que os espaços pedagógicos foram planejados previamente, favorecendo o bem-estar dos alunos, a aprendizagem e o desenvolvimento de suas habilidades socioemocionais", afirma Germano. Os ambientes privilegiam a entrada de luz natural, possibilitando a interação visual com a área externa arborizada. Elementos como hortas verticais, jardins suspensos e sensoriais serão algumas das inovações do Magnum Lourdes, que funcionará com cerca de 900 alunos em períodos matutino, vespertino e integral.
. Há três anos, o Magnum passou a fazer parte da Inspira Rede de Educadores. Criada em 2017, a Inspira tem mais de 100 escolas espalhadas de norte a sul do Brasil. "Ao fazermos parte de uma rede tão grande, conseguimos compartilhar as melhores práticas de cada uma das unidades", diz Germano. Um dos objetivos do Magnum é incentivar a prática de esportes entre as unidades do Cidade Nova e de Lourdes. "Recentemente, conquistamos várias medalhas nos jogos estudantis metropolitanos e já revelamos diversos atletas", afirma o diretor. Entre os exemplos estão a central Fernanda Beling, que participou das Olimpíadas de Pequim em 2008, com a seleção de basquete; Gabriel Vasconcelos, ex-goleiro do Milan; e Marcella Helena, que participou da seleção brasileira de futebol sub-20 em 2021.
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