Revista Encontro

GASTRONOMIA

Pobre Juan completa 20 anos oferecendo qualidade e hospitalidade

O restaurante vem escrevendo sua história como uma das melhores parrillas do Brasil

Carolina Daher
Gran Vacio, um dos 10 cortes oferecidos pela casa: ela só trabalha com as raças britânicas angus, black angus e hereford - Foto: Divulgação
Há duas décadas a estrela é a mesma: a parrilla. Foi ela que fez com que o Pobre Juan chegasse até aqui como uma das melhores casas de carne do país. A história do restaurante, no entanto, nasceu de forma simples, em uma conversa entre amigos que adoravam se reunir para dividir uma bela picanha. No início da década de 2000, um grupo decidiu criar um local com tudo aquilo que eles sentiam falta na época: ambiente aconchegante, bons cortes de carne e uma carta de vinhos de fôlego. Naquela época, as casas em estilo argentino estavam em alta na capital paulista. A turma não perdeu tempo e viajou para o país vizinho para conhecer os melhores restaurantes dos hermanos em busca de ideias. Logo, descobriram que os argentinos costumam chamar os parrilleros de "Pobre Juan", já que estão sempre assando as carnes enquanto os outros comem. Ou seja, trabalham enquanto os outros se divertem. O nome estava decidido. Contrataram especialistas que vieram até o Brasil para estabelecer o padrão de serviço e instalar uma autêntica parrilla argentina, que saiu de Buenos Aires e levou seis dias até chegar em São Paulo. E foi assim que, em 2004, nasceu o Pobre Juan, cujo primeiro restaurante foi instalado em uma casa no bairro Vila Olímpia cercada de árvores, em São Paulo – e que segue em funcionamento até hoje.
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Os sócios do grupo, Luiz Marsaioli e Cristiano Melles: 20 anos de um sucesso que começou na capital paulista e ganhou o Brasil - Foto: DivulgaçãoO sucesso foi tamanho que a marca cresceu exponencialmente nos últimos anos e acabou chegando nas cinco regiões do Brasil. Atualmente, ao todo são 18 unidades de Norte a Sul: Belo Horizonte, Alphaville (Barueri, SP), Brasília, Belém, Campinas, Curitiba, Goiânia, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. Na capital mineira, eles desembarcaram em 2019, no BH Shopping, e em 2023 no DiamondMall. "Estamos sempre em busca em novas oportunidades, mas com muita cautela. Olhando os próximos 20 anos com muito carinho e cuidado. O futuro do Pobre Juan está bem trilhado", diz o mineiro Cristiano Melles, que divide a sociedade do grupo com Luiz Marsaioli.
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Com mais de 750 funcionários, a rede precisa seguir um processo rígido para que todas as casas, que são próprias e não franquias, mantenham o padrão de qualidade. "É importante dedicar tempo à formação de pessoas e isso tem sido o nosso norte desde a fundação", diz Cristiano. A começar pelos cortes, a marca monitora cada etapa. Da seleção dos animais, passando pelo acompanhamento de sua alimentação, até o porcionamento em cortes exclusivos e total manuseio de maturação. "Estar próximo dos produtores faz ter controle total de tudo, da fazenda ao garfo", completa Cristiano.  A carne é argentina, uruguaia ou brasileira, mas o que garante a qualidade, no entanto, é o fato de a casa só trabalhar com as raças britânicas angus, black angus e hereford. Apenas as peças selecionadas chegam ao prato dos clientes.
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Fachada do Pobre Juan do BH Shopping: o restaurante chegou a BH em 2019 e abriu nova unidade no ano passado - Foto: DivulgaçãoHonrando suas raízes argentinas, o menu traz mais de dez opções de cortes entre chorizos, tomahawks e vacíos. O mais especial, no entanto, é o que leva o nome do estabelecimento e consiste em um corte exclusivo, feito da capa do bife ancho, extremamente suculento e que os hermanos chamam de "ceja". Recentemente, entrou no cardápio a seleção especial UMI MB5+, com bovinos alimentados exclusivamente com grãos e confinados por 200 dias, o que garante que a carne alcance a nota mais alta de marmorização e, consequentemente, maciez. Para acompanhar, são 11 guarnições, como as tradicionais papas soufflè – batatas sufladas e supercrocantes. Outra receita que é a cara do Pobre Juan é a farofa de pistache. Há ainda opções no menu como risotos, nhoque e até hambúrguer. De entrada, para já ir sentindo o clima argentino, vale pedir as clássicas empanadas de carne na brasa. Para acompanhar, a adega tem mais de 100 rótulos de países como França, Espanha, Itália, Argentina e Chile.

Para Cristiano, que quando fundou o restaurante não imaginava o longo caminho que percorreria, o que dá mais orgulho não está no menu ou na adega. "O que nos emociona é ver pessoas que começaram a carreira aqui como cumim (auxiliar de garçom) e se tornaram gerentes ou gestores. É claro que ficamos muito felizes em poder levar a qualidade, a hospitalidade para todo o Brasil, mas o orgulho de ver esse grupo que começou com a gente e veio galgando, crescendo com a gente, é que mais nos motiva", diz.
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