Os modelos responsáveis por esse boom são chineses. Mais propriamente de uma montadora que chegou no país há apenas três anos: a BYD. Em dezembro, a companhia quebrou seu próprio recorde de vendas num único mês e emplacou 10.091 carros, segundo dados da Fenabrave, a associação de revendedores. O resultado garantiu a oitava posição no ranking geral de vendas no último mês do ano, o que a coloca à frente de montadoras que possuem décadas de atuação no país. Considerando apenas as vendas de varejo, a montadora sobe para a quinta posição geral, ainda de acordo com a Fenabrave. Um feito e tanto. Ao longo de 2024 foram emplacados 76.811 veículos, o que representa um crescimento de quase 330% em relação aos 17.937 emplacamentos acumulados em 2023. Para se ter uma ideia comparativa, a Fiat fechou 2024 mais uma vez na liderança do mercado, com vendas de 521.289 unidades, o que representa 20,9% do total de veículos comercializados no país no ano passado. Ou seja, ainda sem produção local, o resultado da BYD equivale a 14,72% do volume de vendas da Fiat. O resultado é ainda mais significativo quando lembramos que a BYD atua exclusivamente com veículos eletrificados (híbridos e 100% elétricos). A também chinesa GWM, de forma mais moderada em relação à BYD, tem também sua participação na "revolução" ocorrida no mercado de veículos no Brasil.
. A revolução causada pela BYD no mercado de veículos no Brasil deve-se principalmente à capacidade (e ousadia) da marca chinesa em chegar ao país com o lançamento do Dolphin (100% elétrico) a um preço muito competitivo e oferecendo qualidade de acabamento premium. Foi esse o "choque" inicial. Na mesma ocasião, a marca anunciou a compra da fábrica baiana onde antes operava a Ford. Na sequência foram vários os lançamentos, entre híbridos e 100% elétricos, com destaque para o SUV Song híbrido e o mini Dolphin, subcompacto elétrico, com preço ainda mais competitivo e que foi o maior responsável pelo exponencial crescimento em vendas da marca.
. Entre as vendas da BYD, a campeã é a linha SUV Song, que representou 36,10% sobre o total. O King (também híbrido) participou com apenas 6,43%, mas isso explica-se pelas vendas iniciadas há apenas cinco meses. Já o Dolphin mini, o veículo de entrada da marca, participou com 28,6%, enquanto o Dolphin teve 14,98% do bolo, de acordo com as informações da montadora. No caso da GWM, a participação do SUV híbrido Haval nas vendas da marca em 2024 foi de 78,35%, enquanto o Ora (100% elétrico) participou com 21,65%.
. . Ano positivo
O ano de 2024 terminou de forma positiva para o setor automotivo, com volume total de emplacamentos de 2,63 milhões de unidades (somando autos, comerciais leves, caminhões e ônibus). O resultado marca um crescimento de 14,15% sobre o ano de 2023. Considerando apenas autos e comerciais leves, o total é de 2.484.740 unidades, representando 14,02% de crescimento sobre 2023. A Anfavea, associação dos fabricantes de veículos, otimista, projeta que este ano de 2025 será também positivo com emplacamentos de 2,8 milhões de unidades. O melhor ano em venda de veículos no Brasil foi o de 2014, com comercialização de 3,5 milhões de unidades.
As marcas de eletrificados mais vendidas de 2024 (em participação de mercado):
Híbridos
- BYD: 28,45%
- GWM: 19,77%
- TOYOTA: 17,58%
- CAOA CHERY: 6,27%
- M. BENZ: 5,35%
- VOLVO: 3,71%
- FIAT: 3,31%
- Outras: 15,56%
Elétricos
- BYD: 71,24%
- GWM: 10,27%
- VOLVO: 7%
- JAC: 3,23%
- RENAULT: 2,30%
- BMW: 1,66%
- FORD: 0,81%
- Outras: 3,49%