- Gustavo Pimenta, 46 anos
- Natural de Divinópolis (MG)
- Casado, dois filhos
- Formado em Economia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e mestre em Finanças e Economia pela Fundação Getúlio Vargas (FGV); Presidente da Vale
A primeira missão foi viabilizar a assinatura do Acordo de Mariana, homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em novembro do ano passado, para reparação dos danos causados pelo rompimento da Barragem do Fundão, em 2015, e que ficou marcada como a maior catástrofe ambiental da história do país. O acordo prevê o pagamento de 132 bilhões de reais para governos e moradores afetados, além de 38 bilhões de reais que já teriam sido pagos. "Esse foi um marco muito importante para nós, por sermos capazes de alcançar um acordo justo, completo e inclusivo, na jurisdição certa, que é o Brasil", disse Gustavo, durante a última edição do Vale Day, evento da companhia realizado na Bolsa de Valores de Nova York e voltado a investidores. O colapso na estrutura da mineradora Samarco, controlada pela Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton, causou a morte de 19 pessoas (outras três continuam desaparecidas) e despejou mais de 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos no meio ambiente, contaminando a bacia do Rio Doce nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo.
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Antes de assumir uma das vice-presidências da Vale, em 2021, Gustavo trabalhou por 12 anos na AES, atuando como Chief Financial Officer (CFO) global, diretor de Planejamento e Estratégia e vice-presidente de Performance e Serviços da empresa. Também foi vice-presidente de Estratégia e M&A no Citigroup, em Nova York. No Vale Day, Gustavo, que acionou o sino que marca a abertura do pregão, falou também sobre os esforços da empresa para a descaracterização das barragens a montante, no qual a barreira de contenção recebe camadas do próprio material do rejeito da mineração. É o método mais barato e também o considerado mais sensível. "Até o momento, descaracterizamos ou eliminamos 53% das barragens a montante", disse. "Neste ano (em 2024), eliminamos uma das duas restantes que chamamos de barragens de alto risco, aquelas classificadas no nível 3." A ideia da companhia é remover a última classificada nesse nível ainda em 2025. Desde 2019, a Vale diz ter investido mais de 10 bilhões de reais em seu programa de descaracterização de barragens a montante.
. Sobre os rumos do mercado, Gustavo acredita que, tanto no médio quanto no longo prazo, a demanda global por aço seguirá em alta, seja por causa do aumento populacional, seja impulsionada pelo desenvolvimento econômico. Um crescimento que será, de acordo com ele, voltado a uma produção com menor pegada de carbono, o que vem de encontro com o trabalho da Vale de produzir "o minério de ferro de melhor qualidade do mundo".
. Ainda durante o evento em Nova York, Gustavo falou sobre as perspectivas da empresa para os próximos cinco anos. O executivo dividiu a visão de futuro da Vale em três pilares: entregar um portfólio de minério de ferro de alta qualidade e flexível, acelerando o crescimento do cobre; garantir uma evolução cultural voltada à excelência operacional, eliminando burocracias e simplificando processos, para fomentar inovação e soluções digitais; e fortalecer parcerias institucionais e sociais para que a companhia volte a ser reconhecida pelo legado positivo de suas operações. "O foco deste novo ciclo será adicionar a mentalidade de ser uma empresa muito voltada para o desempenho, muito direcionada para os resultados, focada no desenvolvimento de talentos e na inovação", afirma. Mas o grande desafio é mesmo fazer com que a empresa atraia um olhar diferente da sociedade. "A Vale tem sido, historicamente, considerada e admirada, especialmente no Brasil, e perdemos isso ao longo dos anos."
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