Em 2020, quando o Secretário de Estado da Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult-MG) Leônidas Oliveira assumiu o cargo, ele já sabia que o desafio seria grande, só não imaginava o quão longe iria chegar. "Apesar de trabalhar sempre com foco no sucesso dos resultados, nunca imaginei que nossos projetos teriam tamanho alcance e repercussão". Empenhado em recuperar o turismo mineiro após os profundos impactos gerados pela pandemia, sua gestão é marcada pela promoção da 'mineiridade' como identidade cultural, tanto no Brasil quanto no exterior, e tem alcançado feitos inéditos. O mais recente foi conquistado no último mês de dezembro, ocasião em que o modo de fazer o Queijo Minas Artesanal (QMA) foi declarado Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco. O primeiro na categoria alimentar do Brasil.
- Leônidas Oliveira, 52 anos
- Nascido em São Gotardo (MG)
- Solteiro
- Secretário de Estado da Cultura e Turismo de Minas Gerais. Formado em arquitetura e urbanismo pela PUC Minas, mestre em Restauração e Reabilitação do Patrimônio Histórico Arquitetônico e Urbano pela Universidade de Alcalá de Henares/ Gregoriana de Roma, Itália. PhD em Teoria da Arquitetura pela Universidad de Valladolid, Espanha. Professor da PUC-Minas. Autor do livro "Arte, Cultura e Fé" (Ed. /Arte)
Em 2024, o turismo mineiro se destacou mais uma vez, mantendo o posto de líder do crescimento da atividade turística do país pelo segundo ano consecutivo. A chamada economia da criatividade gerou 21.968 empregos somente no primeiro semestre, número que corresponde a 13,5% das 162 mil vagas abertas no estado no período. O semestre também foi marcado pelo recorde nos repasses do ICMS Turismo, com R$ 37,1 milhões distribuídos a 513 municípios pelo Governo de Minas, valor cinco vezes maior do que o repasse do mesmo período de 2023. O aumento inédito se deve à Leiº 24.431/2023, que elevou de 0,1% para 0,5% o percentual destinado à atividade turística na distribuição de parte da arrecadação do imposto.
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Para aquecer ainda mais o setor, a Secult-MG investiu cerca de R$ 3,3 milhões que foram aplicados em áreas estratégicas, como a divulgação turística de Minas dentro e fora do Brasil, a estruturação de produtos turísticos, o desenvolvimento da política de regionalização, o planejamento e monitoramento do turismo e a capacitação profissional. Também em 2024, o Carnaval da Liberdade, realizado em Belo Horizonte, alcançou recordes como 5,5 milhões de foliões nas ruas, sendo 262 mil turistas de fora do estado, e uma movimentação financeira de R$ 943 milhões. Outro indicador do êxito da gestão de Leônidas é o crescente movimento nos aeroportos mineiros que, no primeiro semestre de 2024, tiveram mais de 3,27 milhões de pessoas desembarcadas nos terminais. Um crescimento de 9,27% em relação ao primeiro semestre de 2023.
Movido a desafios, o secretário revela que as conquistas não param por aí. "Minas vai ganhar mais um título da Unesco durante a nossa gestão". Ele se refere à candidatura do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu à lista do Patrimônio Mundial Cultural e Natural. Outro avanço para o turismo no estado, diz ele, é a chegada do Hotel Boutique Clara Arte, do Grupo Clara Resorts, ao Inhotim, com reservas abertas desde dezembro. "Agora, os turistas terão a experiência única de se hospedar no entorno do maior museu de arte contemporânea a céu aberto da América Latina", diz Leônidas.
A dedicação à cultura e ao turismo mineiro levou Leônidas a receber, no último mês de outubro, o Troféu BTM de Excelência na Gestão do Turismo, honraria concedida durante o Brazil Travel Market (BTM), maior evento de turismo B2B do Norte-Nordeste, realizado pela BBC Eventos. Em dezembro, ele também foi homenageado pelo Prêmio Arcanjo, em São Paulo, que elege os melhores do ano na cultura.
A agenda apertada não o impede de realizar alguns projetos pessoais. Graduado em arquitetura e urbanismo, em outubro Leônidas lançou o seu primeiro livro autoral, "Arte, Cultura e Fé" (Ed. C/Arte, 248 páginas, R$ 120). A obra avalia o legado deixado pela arquitetura mineira e, mais especificamente, religiosa barroca. "É um convite à reflexão sobre a urgente necessidade da valorização do patrimônio cultural", diz ele. Sua meta é escrever um livro a cada dois anos, o próximo, inclusive, já está em produção e remete às congadas e festas do rosário em Minas. Apesar de já ter morado alguns anos em outros estados e na Europa, Leônidas confidencia: "Sou feliz em Minas. É aqui que quero ficar."
Com um temperamento inquieto e a mente fervilhando de ideias, o homem que já foi seminarista e um dia cogitou em ser padre, se desdobra para dar conta do recado. Dorme apenas cinco horas por noite, o que afirma ser o suficiente. Vaidoso, pratica atividade física diariamente. "Vou e volto para a academia correndo e subo 300 degraus de escada todos os dias". Para se livrar da tensão diária própria do cargo que ocupa, tornou-se adepto da meditação e, sempre que possível, busca refúgio junto à natureza e aos seus dois pets de estimação: os cachorrinhos Chico e Bauman, ambos adotados. "Adoro percorrer trilhas com eles". Com as energias renovadas, já se prepara para encarar 2025, ano em que Minas marcará presença em 30 feiras internacionais e nacionais, consolidando ainda mais o seu calendário cultural na capital e cidades do interior.