Estado de Minas BEM-ESTAR

Dor crônica pode levar até ao suicídio

Problema afeta, em média, 37% dos brasileiros


postado em 20/09/2018 08:41 / atualizado em 20/09/2018 09:35

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

De acordo com estudo liderado pela Sociedade Brasileira de Estudos da Dor (SBED), ao menos 37% da população brasileira, ou 60 milhões de pessoas, relatam sentir alguma dor crônica (que persiste por mais de três meses). A região sul é a mais afetada (42%), seguida pelo sudeste (38%), norte (36%), centro-oeste (24%) e do nordeste (28%). Foram entrevistadas 919 pessoas em todas as regiões.

Segundo Paulo Renato Fonseca, presidente da Sociedade Brasileira de Médicos Intervencionistas em Dor (Sobramid), a dor crônica é tão nociva que pode prejudicar a rotina do indivíduo e estar ligada à depressão, a transtornos de ansiedade e até ao suicídio. "A dor, de modo geral, talvez seja umas das situações humanas que mais causam sofrimento. Não só a dor causa um sintoma desagradável em quem está doente, mas traz repercussões biológicas, psicológicas, sociais, espirituais, isolamento, sentimento negativo e problemas de ordem familiar", comenta o especialista.

O médico lembra que é preciso tratar esse problema por meio de um trabalho que envolve vários profissionais da saúde e médicos intervencionistas que fazem procedimentos para melhorar o sintoma, que interfere diretamente na capacidade de trabalho do indivíduo. "Imagine uma pessoa que tem dor todo dia, o dia inteiro, durante meses. Certamente vai sofrer impacto. Existe um custo para o sistema de seguridade social que tem de arcar com a invalidez temporária, parcial ou definitiva desses pacientes severamente doentes", afirma Paulo Fonseca.

Entre as dores crônicas mais comuns estão a lombar, nas articulações, na face, na boca, no pescoço, dores de cabeça, enxaquecas e neuropatia. Como forma de prevenção, os médicos indicam a prática de exercícios, correção postural, alimentação adequada, vacinação (em especial contra herpes zoster), controle do peso e de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão. Ao mesmo tempo em que as dores sinalizam doenças, podem agravar condições crônicas e gerar quadros de sedentarismo e obesidade.

Paulo Fonseca afirma ainda que todos os tratamentos para dor crônica estão disponíveis tanto no Sistema Único de Saúde (SUS) quanto nos planos de saúde. "Muitas pessoas acham que são procedimentos de alta tecnologia, caros e não são. São relativamente baratos. Alguns são caros, mas a maioria não é", diz o especialista, que ressalta que as técnicas intervencionistas ajudam a reduzir o consumo de analgésicos.

"Uma das novidades a serem tratadas no congresso é a chegada da medicina regenerativa, que utiliza células-tronco, plasma rico em plaquetas, que são substâncias retiradas do próprio corpo da pessoa que podem ser utilizadas para dor. Teremos também a presença de 15 estrangeiros que mostrarão novas tecnologias".

(com Agência Brasil)

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