Com o passar dos anos, é normal que o corpo comece a apresentar sinais da idade, especialmente na pele. Na terceira idade há queda na capacidade de formação de colágeno, elastina e ácido hialurônico; e diminuição das glândulas sudoríparas e sebáceas. A junção destes fatores aliados a condições externas, como a excesso de Sol, baixa hidratação, tabagismo, estresse, poluição, sedentarismo, consumo exagerado de gordura e açúcar, contribuem para que a pele apresente problemas como ressecamento, marcas e sinais.
Segundo a dermatologista Teresa Noviello, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), as doenças de pele que mais atingem a pessoa idosa podem abranger desde condições de menor gravidade, como as dermatites e manchas, até doenças mais graves, como o câncer.
A dermatite, apesar de não ser uma condição específica da terceira idade, aparece exatamente quando a pele vai perdendo a hidratação e a oleosidade. "A pele muito desidratada repercute em coceiras intensas. Em alguns casos, essa situação pode levar a um processo de escoriações e infecções secundárias, pois a unha é uma região de grande contaminação bacteriana", comenta Teresa.
O hábito da hidratação deve ser adotado desde cedo e intensificado durante o envelhecimento. Pessoas que ingerem bastante líquido no transcorrer do dia e fazem uso constante de hidratante têm maior facilidade para manter o aspecto saudável da pele em idades mais avançadas.
Outro problema em idosos são as manchas, que podem ser escuras, brancas ou acastanhadas, e devem ser tratadas de maneira adequada.
Manchas escuras ou amarronzadas podem ser melanoses solares, que normalmente surgem em decorrência da exposição excessiva ao Sol no decorrer dos anos. "Esse tipo de mancha pode ser amenizado pelo uso diário de clareadores e de protetor solar, específicos para cada tipo de pele. Ela ainda pode ser tratada em sessões de laser e peeling", afirma a dermatologista.
Os angiomas, que são bolinhas vermelhas ou pápulas de sangue, também costumam afetar as pessoas da terceira idade. Neste caso, é possível fazer a remoção de maneira eficaz, sem formação de cicatrizes, por meio da eletrocauterização ou shaving, que é um pequeno corte cirúrgico.
As ceratoses também são manchas senis bastante recorrentes em pessoas idosas. São lesões que surgem com o passar do tempo e se dividem em duas categorias: seborreica e actínica. A primeira é caracterizada por manchas acastanhadas com casquinhas que podem atingir diversas áreas, até mesmo as que recebem pouca luz solar. Já a ceratose actínica é constituída por lesões brancas com casquinhas e possui grande relação com o Sol. O tratamento pode ser feito através da eletrocauterização ou por meio de outros procedimentos específicos.
Dividido entre o carcinoma basocelular, espinocelular e melanoma, o câncer de pele pode aparecer na forma de manchas e pintas na pele. Idosos devem ficar atentos a lesões com feridas que não cicatrizam após um longo período de tempo.
O melanoma é o mais perigoso, pois pode causar metástase. Ele é normalmente representado por pintas escuras e assimétricas, com bordas irregulares ou entalhadas. "Essas pintas começam pequenas e pretas, e com o tempo mudam de tamanho, forma e cor. Em algumas situações, as lesões podem coçar e sangrar. O tratamento é a retirada cirúrgica dessa lesão e uma avaliação anatomopatológico, para ver se não teve nenhum grau de comprometimento ou invasão de tecidos", esclarece Teresa Noviello.