Estado de Minas BEM-ESTAR

Implante ajuda a reduzir a dor nas costas

O dispositivo usa estimulação elétrica como tratamento


postado em 26/10/2018 11:41 / atualizado em 26/10/2018 11:56

(foto: Naturallivingideas.com/Reprodução)
(foto: Naturallivingideas.com/Reprodução)

Muitos pacientes que se submetem a cirurgias para tratar problemas na coluna espinhal, como por exemplo, a hérnia de disco, podem desenvolver a chamada síndrome da coluna pós-cirúrgica. Isso faz com que apresentem dor crônica mesmo após terem feito o procedimento.

Um dos tratamentos maiscomuns para esse tipo de dor é a estimulação elétrica da medula espinhal, que usa um implante para transmissão dos sinais elétricos. Segundo o neurocirurgião Iuri Weinmann, esse recurso é indicado para dores pós-cirúrgicas na coluna, assim como para as neuropáticas (nos nervos).

"Cerca de 50 a 75% dos pacientes alcançam a redução ou o controle da dor depois do implante. Além de ajudar a controlar a dor, reduz também o consumo de medicamentos analgésicos, que quando usados em excesso, podem causar outros problemas de saúde, principalmente gástricos", comenta o especialista.

Segundo o médico, a estimulação elétrica da medula espinhal é uma evolução dos primeiros dispositivos elétricos implantáveis, como o marcapasso, por exemplo. "O avanço tecnológico permitiu o desenvolvimento de dispositivos que se encaixam no espaço entre a coluna vertebral e a meninge [membrana] que reveste a medula espinhal, chamado de espaço epidural. Depois de implantado, o dispositivo é regulado por meio da estimulação elétrica para controlar a dor", explica Iuri.

Vale lembrar que o corpo humano possui receptores sensoriais da dor, que podem detectar pressão, calor e fatores químicos. A reação acontece quando um destes receptores é ativado. Isso gera um estímulo doloroso que é conduzido para a medula espinhal por meio das fibras nervosas. A partir dessa noção, a estimulação elétrica da medula espinhal funciona substituindo os estímulos sensoriais da dor por sensações mais brandas. "Na verdade, o estimulador vai fazer com que o cérebro interprete a dor de uma outra maneira, ou seja, como uma sensação de formigamento leve ou de massagem sobre a região lombar ou pernas, dando uma sensação mais agradável ao paciente", afirma o neurocirurgião.

Ele esclarece que o eletrodo é implantado por meio de cirurgia minimamente invasiva, com anestesia geral, em ambiente hospitalar. "O dispositivo ficará dentro da coluna, na parte posterior da membrana que recobre a medula espinhal. O gerador dos impulsos elétricos, geralmente, é implantado na região do abdômen ou no tórax", afirma o médico.

A recuperação é relativamente simples, mas durante dois meses é preciso evitar esforços físicos, como levantar ou carregar peso, fazer esportes de alto impacto, entre outros. O acompanhamento com o neurocirurgião também é importante para ajustar o dispositivo até chegar aos parâmetros ideais e, depois disso, as consultas podem ficar mais espaçadas.

"A dor crônica é um problema sério e, portanto, este tratamento pode beneficiar o paciente não só no controle da dor, como também melhorando a sua qualidade de vida, devolvendo-lhe a capacidade laboral, a independência e a autonomia", diz Iuri Weinmann.

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