Revista Encontro

Bem-estar

Pílula pode substituir a cirurgia bariátrica?

Novo método contra a obesidade está chamando a atenção

João Paulo Martins
Internautas estão animados com uma pílula que promete substituir a cirurgia bariátrica no tratamento da obesidade - Foto: YouTube/The Doctors/Reprodução

Indicada para tratar obesidade, especialmente do tipo mórbida, a cirurgia bariátrica só é realizada após os médicos avaliarem a idade, o índice de massa corporal e outras doenças associadas do paciente. Normalmente, os "pretendentes" ao procedimento precisam ter de 18 a 65 anos, Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou superior a 40, com ou sem comorbidades (doenças associadas), ou com IMC de 35 a 39,9, quando há problemas como diabetes, hipertensão arterial e dislipidemia. Agora, uma pílula que substitui a cirurgia está "fazendo sucesso" na internet. Mas, será que funciona?

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra que o "medicamento", uma espécie de pílula, ao ser ingerido, se transforma num balão gástrico, prometendo os mesmos benefícios da bariátrica. FUnciona da seguinte forma: a pessoa engole uma cápsula que fica presa a um fio. Depois que o produto chega no estômago, o cordão é puxado para fora do corpo, acionando o dispositivo que infla o balão. O grande atrativo desse novo método é que ele é pouco invasivo, ao contrário da tradicional cirurgia.

Segundo o gastrocirurgião Marcos Belotto, do Hospital Sírio Libanês, de São Paulo (SP), a "pílula bariátrica" pode ser indicada em alguns casos. "Pacientes que apresentem contraindicações ou que não desejem a cirurgia bariátrica, mas se enquadrem nas indicações da pílula-balão podem sim serem beneficiados.
Porém, é importante ressaltar que, apesar de ambos terem como finalidade o tratamento da obesidade, tanto a cirurgia quanto o balão possuem particularidades que devem ser avaliadas individualmente. De modo geral, esse balão se apresenta como uma alternativa, mas não substitui a cirurgia bariátrica em muitos casos", diz o especialista em entrevista à Agência Estado.
A "pílula bariátrica" se transforma em balão dentro do estômago - Foto: YouTube/The Doctors/Reprodução
Porém, o médico alerta que, por se tratar de um método novo, ainda são necessários estudos e análise de possíveis efeitos adversos do uso do "medicamento inflável". "Apesar disso, sabe-se que, por tratar-se de um corpo estranho no interior do estômago, o paciente pode apresentar desde náuseas e dor abdominal discreta, até o desenvolvimento de úlceras, sangramento gástrico e obstrução intestinal por migração do balão, quadros importantes e de risco à saúde do paciente, exigindo a retirada imediata dos balões. Quando o dispositivo é bem tolerado, porém, os estudos usados para sua aprovação e o fabricante relatam perda de peso variável, devendo ser associado à dieta e exercícios físicos, como ocorre na cirurgia bariátrica", comenta Marcos Belotto à agência de notícias..