
Alimentos como leite e derivados, frutas, feijões, mel, dentre outros, possuem alguns tipos de carboidratos que são mal absorvidos pelos seres humanos, provocando problemas como a síndrome do intestino irritado. Isso ocorre devido ao tamanho da molécula de açúcar, à alta absorção de água (atividade osmótica) e à velocidade com que os carboidratos são fermentados pela flora intestinal. Esses açúcares, mais precisamente oligossacarídeos, dissacarídeos, monossacarídeos e poliois fermentáveis, causam dor abdominal, diarreia, constipação e inchaço. Um estudo realizado na Faculdade de Saúde Pública da USP aponta que uma dieta com baixo teor desse tipo de carboidrato leva a uma melhoria significativa nos sintomas dos pacientes com intestino irritado.
Identificar as características e os riscos da dieta com baixo teor de açúcar para pacientes com síndrome do intestino irritável foi o objetivo do estudo dos nutricionistas Ana Julia Abrahão Zanetti e Marcelo Macedo Rogero e da professora Maria Carolina Batista Campos von Atzingen. A pesquisa foi publicada na revista científica Nutrire.
Durante o estudo, os cientistas identificaram duas fases da dieta pobre em oligossacarídeos, dissacarídeos, monossacarídeos e poliois fermentáveis. Na primeira, os carboidratos associados aos sintomas são reduzidos ou eliminados em pacientes com intestino irritado. Na segunda fase, os grupos eliminados são gradualmente reintroduzidos de acordo com a sintomatologia apresentada.
Ao final, os pesquisadores identificaram que a dieta com baixo teor desse tipo de carboidrato restringe a ingestão de certos alimentos e isso leva a uma melhoria significativa nos sintomas dos pacientes com a síndrome. No entanto, algumas deficiências nutricionais podem ocorrer, se houver orientação nutricional inadequada, destacando a necessidade de manejo dietético adequado.
(com Jornal da USP)