Estado de Minas CLORANA, POR EXEMPLO

Hidroclorotiazida pode causar câncer de pele, alerta a Anvisa

Substância é usada para tratar edemas e hipertensão


postado em 04/12/2018 13:58 / atualizado em 07/12/2018 14:41

Segundo o alerta da Anvisa, o uso prolongado da hidroclorotiazida pode aumentar o risco de câncer de pele não-melanoma (foto: Pexels)
Segundo o alerta da Anvisa, o uso prolongado da hidroclorotiazida pode aumentar o risco de câncer de pele não-melanoma (foto: Pexels)

Nesta terça, dia 4 de dezembro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou um alerta sobre o aumento do risco de câncer de pele não-melanoma em pacientes que usam rotineiramente o medicamento hidroclorotiazida (comercialmente chamado de Clorana, Diurix, Diurezin, Hidroflux, Clorizin, entre outros) indicado no tratamento da hipertensão arterial e para controle de edemas (efeito diurético).

"A descoberta foi realizada por meio de estudos epidemiológicos que demonstraram uma associação dose-dependente cumulativa, que ocorre quando a dose utilizada de um determinado medicamento está diretamente relacionada com seus efeitos, entre o medicamento em questão e o câncer de pele não-melanoma", informa a Anvisa em comunicado publicado em seu site oficial.

De acordo com a agência, num dos estudos, foi possível notar também uma possível associação entre câncer de lábio e a exposição à substância. "Ações fotossensibilizadoras da hidroclorotiazida, que facilitam a sua absorção pela pele, podem atuar como um possível mecanismo para a doença", afirma a Vigilância Sanitária.

A Anvisa considera ainda as recomendações do Comitê de Avaliação de Riscos em Farmacovigilância da Agência Europeia de Medicamentos para classificar como plausível a associação entre o aumento do risco de câncer de pele não-melanoma e o uso em longo prazo de medicamentos contendo hidroclorotiazida.

Recomendações

Por meio do comunicado, a agência reguladora solicita que os profissionais de saúde informem os pacientes tratados com hidroclorotiazida sobre o risco aumentado para câncer de pele – sobretudo aqueles que já fazem uso do fármaco em longo prazo. Eles também devem ser orientados a verificar regularmente a pele quanto a novas lesões e a notificar imediatamente o profissional sobre qualquer tipo de lesão cutânea suspeita.

A orientação da Anvisa é que o tratamento não seja interrompido antes que os pacientes consultem o médico. "Lesões cutâneas suspeitas devem ser prontamente examinadas, incluindo exame histológico de biópsias. Medidas preventivas, tais como limitação da exposição à luz solar e aos raios ultravioleta, podem ser realizadas no intuito de minimizar o risco de câncer de pele. O uso de hidroclorotiazida pode ser revisto em pacientes com histórico de câncer de pele não-melanoma".

A inclusão das novas informações de segurança nas bulas de todos os medicamentos que contêm o princípio ativo hidroclorotiazida será imediatamente solicitada pela agência.

Câncer de pele

O câncer de pele não-melanoma compreende os tumores mais comuns, que ocorrem principalmente em pessoas de pele clara, após exposição solar por longo tempo. Geralmente, apresentam apenas crescimento local, mas não cicatrizam ou se curam sem tratamento e tendem a aumentar com o tempo, podendo causar deformação, dor e sangramento.

Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) indicam que esse é o tipo de câncer mais frequente no Brasil e corresponde a 30% de todos os tumores malignos registrados no país. Se detectado precocemente, a doença apresenta altos percentuais de cura. Entre os tumores de pele, o tipo não-melanoma é o de maior incidência e de mais baixa mortalidade.

(com Agência Brasil)

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