Os benefícios da reeducação postural (RPG) e dos exercícios do pilates para o corpo são bem conhecidos. Agora, um estudo britânico publicado no jornal científico Musculoskeletal Care analisou as percepções individuais e o impacto da prática do Pilates no dia a dia de pacientes com osteoartrite e dor lombar crônica – condições musculoesqueléticas que afetam milhões de pessoas.
A conclusão da pesquisa é que o pilates permite um gerenciamento mais eficaz das patologias, ajudando na redução da dor e a melhorar a autonomia, os aspectos psicológicos e sociais.
Os pesquisadores britânicos usaram a abordagem qualitativa, por meio de grupos focais. "Os principais objetivos desse formato de pesquisa são obter várias perspectivas sobre o mesmo tópico, examinar comportamentos e experiências, assim como avaliar a interação social e a sinergia do grupo", comenta a fisioterapeuta Walkíria Brunetti.
Ao todo participaram do estudo 22 voluntários, com média de idade de 57 anos, incluídos um programa de 12 semanas de aulas de pilates, realziadas em três clínicas de fisioterapia no noroeste da Inglaterra. Os cientistas avaliaram cinco tópicos: melhora das condições físicas; melhora do estilo de vida; benefícios psicossociais; aumento ou gerenciamento da autonomia e motivação.
Aumento da força foi aspecto mais importante "Sobre os aspectos físicos, a maioria dos participantes sentiu aumento da força, não só nas aulas, como também nas atividades cotidianas. Muitos ficaram surpresos ao perceberem que o pilates pode devolver a força perdida pelo processo natural do envelhecimento", comenta a fisioterapeuta brasileira. Essa percepção da melhora considerável da força foi importante para motivar o grupo a dar continuidade às aulas de pilates, depois do término do estudo.
A maioria dos participantes sentiu que os exercícios criados pelo enfermeiro alemão Joseph Pilates na década de 1920 contribuíram para a realização das atividades diárias, para a melhora da postura e, consequentemente, para a redução da dor durante a jornada de trabalho, por exemplo.
Outro ponto interessante, é que os participantes mais velhos conseguiram retomar alguns hobbies, como jogar golfe, graças à melhora da flexibilidade, equilíbrio e força. "Nesse item ficou claro que o fator-chave para continuar uma atividade física foi a melhora do condicionamento físico, que se torna indispensável para quem tem uma doença crônica, assim como um processo de envelhecimento mais saudável", ressalta Walkíria Brunetti.