Estado de Minas PREVENÇÃO

Teste de DNA ajuda contra câncer de mama e ovário

Alteração perigosa no gene BRCA pode ser identificada


postado em 05/12/2018 13:58 / atualizado em 05/12/2018 14:28

(foto: Pexels)
(foto: Pexels)

Uma em cada seis mulheres no mundo terá câncer em algum momento da vida, de acordo com relatório recente da Agência Internacional de Pesquisa Contra o Câncer, órgão vinculado à Organização Mundial da Saúde (OMS). Com os avanços da Medicina, especialmente na área tecnológica, ter cancro não significa mais assinar uma "sentença de morte". As mulheres, hoje, não só podem descobrir tumores malignos em estágios iniciais, por meio de exames periódicos, como até mesmo prevenir o surgimento de alguns tipos de câncer.

Entre os tipos mais comuns no público feminino estão o de mama e o de ovário. Fatores como estilo de vida e idade avançada pesam na incidência da doença. A estimativa é que de 75% a 80% dos novos casos de câncer de mama tenham origem em mulheres sem fator de risco genético associado. Mas para aquelas que já têm predisposição – histórico de tumor de um dos pais –, o que corresponde de 5% a 15% dos casos, é possível prevenir a forma maligna da doença fazendo um teste genético simples.

O exame, feito por meio da coleta de sangue ou saliva, identifica mutações nos genes conhecidos como BRCA – ele custa de R$ 1,5 mil a R$ 2 mil. A boa notícia é que ele é coberto pelos planos de saúde, porém, ainda não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).

"As portadoras de mutação BRCA1 apresentam risco cumulativo de desenvolvimento de neoplasia [câncer] de mama, de cerca de 72%; e de 44% para neoplasia de ovário; além de 40% para câncer de mama contralateral. Já as pacientes com mutação BRCA2 apresentam  risco cumulativo de cerca de 69% para câncer de mama; e  de 17 % para câncer de ovário e câncer de mama contralateral. As mulheres com mutações nesses dois genes possuem 40% mais chances de vir a ter câncer no futuro", explica a ginecologista e mastologista Juliana Pierobon, da Altacasa Clínica Médica, de São Paulo (SP).

De acordo com a especialista, os genes BRCA 1 e 2 impedem a proliferação de células tumorais, agindo como freios. Quando um deles sofre mutação, perde essa capacidade protetora, deixando o organismo mais suscetível ao surgimento de tumores malignos, especialmente os de mama e ovário.

"É importante salientar que ter uma alteração nos genes BRCA não representa um diagnóstico final da doença, mas sim uma séria indicação de risco, de acordo com a análise hereditária. Esse estudo genético normalmente é indicado para mulheres que já têm casos de câncer na família. Sabendo dessa predisposição, o quanto antes for identificada a mutação BRCA, maiores serão as chances de redução dos riscos", comenta a médica.

A especialista alerta ainda que, em caso positivo de mutação dos genes, somente um profissional especializado pode dar as orientações necessárias e definir, junto com a paciente, qual a melhor estratégia para prevenção e tratamento – como a cirurgia para retirada dos seios ou do ovário – levando em conta fatores de risco e o estilo de vida da mulher.

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