Em 2018, o mundo celebra os 20 anos do surgimento dos comprimidos contra a disfunção erétil – o citrato de sildenafila, mais conehcido como Viagra –, que revolucionou a forma como os homens lidam com esse problema, que afeta a vida sexual, social e amorosa.
A descoberta, feita ao acaso por cientistas que investigavam um fármaco para tratar a pressão alta, permitiu que milhões de homens voltassem a ter atividade sexual. "Foi uma revolução sexual, tal como a pílula anticoncepcional causou na mulher", avalia Carlos da Ros, da Sociedade Brasileira de Urologia, em entrevista à Agência Brasil .
"Foi uma revolução sim. Trouxe de volta uma população que podia ter uma atividade sexual rotineira de qualidade", diz o urologista Osei Akoamo Jr. Em sua opinião, a medicação permitiu a casais que sofriam com o problema a "felicidade do ponto de vista sexual".
Além de mudar o comportamento, o advento da medicação contra a disfunção erétil estabeleceu para a Ciência novos paradigmas, assinala Lucio Flavio Gonzaga Silva, cirurgião-urologista e professor aposentado da Universidade Federal do Ceará (UFCE), também à Agência Brasil. Segundo ele, décadas antes da venda de medicamentos "a disfunção erétil era tratada como problema de fundo psicológico. A ciência não sabia como se processa a via metabólica da ereção".
Princípio ativo
O urologista Carlos da Ros acompanhou de perto a evolução da pesquisa científica na área e participou de estudos de eficácia e tolerabilidade do citrato de sildenafila feitos no Brasil e outras partes do mundo ainda em 1996.
O princípio ativo testado resultou dois anos depois no pioneiro Viagra – produzido pela farmacêutica americana Pfizer – e, hoje, após a quebra de patente em meados desta década, está disponível em medicamentos fabricados por mais de 20 laboratórios instalados no Brasil, sob autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Além do citrato de sildenafila, há no mercado outros medicamentos registrados pela Anvisa com princípios ativos diferentes e a mesma finalidade como os fármacos de tadalafila (Cialis), vardenafila (Levitra), e carbonato de lodenafila (Helleva).
Segundo Carlos da Ros, os homens mudaram de atitude após a venda desses medicamentos. "O tabu era muito forte, uma coisa cultural. Era muito difícil os pacientes chegarem no consultório e dizer 'estou impotente'.
De acordo com nota enviada à imprensa pelo Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo, o Sindusfarma, entre novembro de 2017 e outubro de 2018, foram vendidos 68,32 milhões de comprimidos contra impotência sexual.
(com Agência Brasil).