A endometriose (crescimento do endométrio para fora do útero) é uma condição que afeta uma em cada 10 mulheres em idade fértil e tem como sintomas principais a dor pélvica crônica, a baixa autoestima, a infertilidade, a ansiedade e o estresse. Segundo pesquisa realizada pelo ginecologista Edvaldo Cavalcante, em parceria com o Grupo de Apoio às Portadoras de Endometriose e Infertilidade (Gapendi), cerca de 90% das mulheres com o problema sentem dor ao menos uam vez por mês.
Mais da metade das três mil entrevistadas relatam estresse, ansiedade e 34% receberam diagnóstico de depressão. De acordo com o médico, por ser uma doença crônica, a endometriose exige que a mulher adote uma série de estratégias que possam contribuir para melhorar a qualidade de vida e que a ajudem a lidar de uma forma mais positiva com a condição.
Segundo a psicóloga Fátima Bortoletti, uma opção para reduzir os efeitos da doença é a prática de atividades físicas, inclusive a dança. "Dançar conecta o corpo, as emoções e o cérebro. Isso porque a dança envolve a música, que ativa uma série de conexões neurais. Essas, por sua vez, fazem conexão com a parte motora do corpo. Todo esse processo estimula a liberação de hormônios, como a dopamina e a ocitocina, que geram sensação de prazer e bem-estar", explica a especialista.
A psicóloga esclarece que que os hormônios liberados durante a dança são mais "potentes" do que os relacionados ao mecanismo da dor. "Como a dor é uma queixa muito prevalente nas mulheres com endometriose, dançar ajudar a aliviar este sintoma, além de contribuir para a redução da ansiedade e do estresse", ressalta Bortoletti.
De acordo com a especialista, a mulher deve procurar o estilo de dança quem mais combina com ela.
Entretanto, a dança é apenas um dos recursos que podem melhorar a qualidade de vida da mulher com o diagnóstico da endometriose. "A dança é excelente, mas é importante que a mulher também pratique a meditação terapêutica em conjunto com a dança, além de outras intervenções", comenta Fátima Bortoletti..