Revista Encontro

Oncologia

Especialista fala sobre a leucemia

Principal câncer que afeta o sangue possui duas formas agudas

Da redação com assessorias
- Foto: Pixabay

A leucemia é um dos tipos de câncer que acometem o sangue – pode ser mieloide e linfoide, dependendo da célula afetada. Normalmente, as leucemias agudas costumam ocorrer em todas as faixas etárias, mas a LLA (Leucemia Linfóide Aguda) é mais comum entre os jovens. Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam que a LLA afeta 33 pessoas de 0 a 18 anos em cada 100 diagnósticos. Já a LMA (Leucemia Mielóide Aguda) é o tipo mais comum em adultos, correspondendo a 80% dos casos.

"A leucemia afeta inicialmente a medula óssea, tecido mole que fica dentro dos ossos e é responsável por produzir glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas, fazendo com que as células sanguíneas passem a se reproduzir de forma descontrolada e gerando o comprometimento da fabricação normal do sangue. Sendo assim, ocorre anemia, diminuição da imunidade e aumento do risco de sangramentos", explica a hematologista Mariana Oliveira, do Centro Paulista de Oncologia, de São Paulo (SP).

Segundo a especialista, não se trata de uma condição hereditária, mas sim, de uma doença que ocorre devido a alterações genéticas adquiridas e que acabam por desencadear o surgimento do câncer. "Não há como apontar causas exatas que permitam a prevenção para todos os indivíduos. Por isso, a melhor forma de deter o avanço da leucemia é o diagnóstico precoce", diz a médica.

Alguns fatores, como a exposição a produtos químicos, principalmente os derivados de benzeno, e à radiação em altos níveis, assim como algumas doenças genéticas e que afetam o sangue podem elevar o risco de incidência da leucemia.

"Os sintomas das leucemias agudas incluem palidez, cansaço e sonolência, uma das consequências da queda na produção de glóbulos vermelhos e consequente anemia.
Manchas roxas que surgem aparentemente sem traumas, pequenos pontos vermelhos na pele e/ou sangramentos mais intensos e prolongados após ferimentos leves também podem surgir em decorrência da diminuição na produção de plaquetas", afirma Mariana Oliveira.

A redução na imunidade ocasionada pela baixa quantidade de glóbulos brancos faz ainda com que a pessoa apresente infecções constantes e febre. "Dores ósseas e nas juntas, que podem dificultar a capacidade de locomoção, e dores de cabeça e vômitos são outros possíveis sintomas que não devem ser ignorados. Outro indício da doença pode ser ainda a perda de peso", completa a hematologista.

A médica frisa, contudo, que as leucemias crônicas são comumente descobertas por alterações identificadas no hemograma – exame de sangue –, já que dificilmente apresentam alterações evidentes à saúde. "Apenas em estágios mais avançados podem ocorrer sintomas similares aos casos agudos", diz a especialista.

Também é recomendada a coleta de medula óssea para exames específicos (mielograma, biópsia, imunofenotipagem e cariótipo). Outros estudos complementares podem ser então sugeridos, de acordo com a suspeita do tipo da doença. Em geral, as leucemias são tratadas com quimioterapia. De acordo com os resultados obtidos pode ser indicado ainda o transplante de medula óssea..