Quem apresenta descontrole nas emoções, rindo ou chorando à toa, pode ser vítima de uma reação neurológica involuntária chamada transtorno da expressão emocional involuntária. O problema ocorre sem causa específica e pode durar por um longo intervalo de tempo. A condição afeta mais os portadores de certas doenças neurológicas, como Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), esclerose múltipla e Mal de Alzheimer, ou entre pacientes que sofreram um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
De acordo com a neurologista Jerusa Smid, da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), o afeto pseudobulbar, como também é conhecido o transtorno, pode ocorrer em lesões tronco-cerebrais, lesões do lobo frontal, sistema límbico, e em lesões subcortiais bilateriais e é particularmente encontrada em indivíduos com quadros de demência.
Não existe cura. Portanto, se você convive com um portador, não se assuste ao vê-lo rir por horas de qualquer situação que não tem a menor graça ou chorando copiosamente sem razão plausível. Contudo, há tratamento que possibilita certo equilíbrio nas emoções. O mais comum é o medicamentoso. O problema é que o remédio ideal para controle do afeto pseudobulbar ainda não está liberado para a comercialização no Brasil.
"É possível também o uso de antidepressivos, antidepressivos tricíclicos ou antidepressivos inibidores seletivos de receptação de serotonina", afirma a médica.
A especialista ressalta que, diferentemente do que se pode pensar, o distúrbio provoca bastante desconforto ao paciente e desgaste aos seus cuidadores por se tratar de situação incomum e, por vezes, constrangedora socialmente.
Fato é que as pessoas que sofrem desse mal, às vezes até sem saber, vivem um quadro emocional anormal, não habitual. Por ser pouco conhecido, a taxa de diagnóstico do transtorno da expressão emocional involuntária ainda é considerada subestimada.