Segundo a Federação Internacional de Diabetes, o Brasil é o quarto país com maior número de pessoas com diabetes no mundo. A doença metabólica, que é considerada uma epidemia global pela Organização Mundial de Saúde (OMS), atinge cerca de 425 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo 14 milhões no Brasil.
Entre as duas formas da doença – o tipo 1, quando o corpo não consegue produzir insulina normalmente; e o tipo 2, causado principalmente pela resistência à insulina – 90% dos casos são do tipo 2.
A endocrinologista Dhiãnah Santini, do Hospital Procardíaco Rio de Janeiro, explica que "pacientes que possuem pressão alta, colesterol alto, sobrepeso ou obesidade, têm histórico familiar da doença ou foram diagnosticados com pré-diabetes, correm um risco maior de desenvolver a doença e, por isso, precisam de um cuidado redobrado no controle desses fatores". Ainda conforme a especialista, "enquanto o paciente estiver na taxa correspondente ao pré-diabetes, é possível controlar a glicose no sangue e sair da zona de risco, com o devido tratamento e acompanhamento médico".
Um dos grandes problemas no diagnóstico é o fato desse distúrbio metabólico ser, muitas vezes, assintomático. "Cerca de metade das pessoas portadoras do diabetes mellitus tipo 2 não estão cientes que possuem a doença, devido à falta de sintomas. Com isso, sem tratamento, o risco de evolução para doenças com elevada mortalidade, como as cardiovasculares, aumenta", afirma a médica.
Quando o paciente apresenta sintomas, os mais comuns são urinar excessivamente, sede constante, vista embaçada, infecções frequentes, cansaço. Ao perceber um ou mais desses sinais é preciso procurar ajuda médica.
Algumas das consequências causadas pela doença incluem a insuficiência renal, perda dos membros inferiores e perda de visão. "Entre todas as complicações, as doenças cardiovasculares são as mais graves, sendo responsáveis por cerca de 80% dos óbitos em pacientes com o tipo 2", alerta Dhiãnah Santini.
Apesar da alta taxa de mortalidade causada pelas doenças cardiovasculares, é possível diminuir as chances desses pacientes sofrerem um AVC ou infarto, por meio de medicamentos que além de controlarem a glicemia, protegem o coração, como é o caso da empagliflozina, que teve seu benefício cardiovascular demonstrado num estudo publicado em 2015 no periódico científico The New England Journal of Medicine, que mostrou que o fármaco reduziu o risco de mortes cardiovasculares em até 38% em pacientes com diabetes mellitus tipo 2 e alto risco cardiovascular quando comparado com um placebo.