Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que cerca de 10 milhões de pessoas são vítimas da tuberculose todos os anos no mundo. A doença é uma das que mais matam, superando a Aids. No Brasil, o número de casos também chama atenção: segundo o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, em 2017 foram registradas cerca de 70 mil novas notificações e 4,5 mil mortes pela doença.
Causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis e transmitida por meio de secreções, como ao tossir ou falar, a tuberculose afeta principalmente os pulmões, mas também podem atingir órgãos como ossos e rins.
"A gravidade pode variar de acordo com diversas condições, incluindo o clima até o diagnóstico da doença. Quanto mais cedo, maior a chance de tratamento e cura", comenta o patologista clínico André Mario Doi, do Laboratório Clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, de Sâo Paulo (SP). O tratamento costuma durar no mínimo seis meses e os medicamentos são fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo o médico, o maior desafio é o paciente seguir o tratamento até o final, já que "muitas pessoas param de tomar os medicamentos quando os sintomas desaparecem". "Precisamos conscientizá-los de que é um tratamento longo e deve ser completado, independente da melhora nesse tempo. Tratamentos irregulares podem levar à resistência aos antimicrobianos", completa o especialista.
A manifestação da doença se dá principalmente pela tosse. "Se o paciente tiver esse sintoma por três semanas, ou mais, é indicada a avaliação clínica", comenta André Doi. Além da tosse, os pacientes podem apresentar outros sintomas, como febre, sudorese, emagrecimento e cansaço físico. A infecção ocorre por meio da inalação de gotículas contendo bacilos expelidos do portador da doença.