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Exame molecular é mais eficaz para detectar tumor no útero

Esse diagnóstico se mostra superior ao tradicional Papanicolau


postado em 18/02/2019 08:00 / atualizado em 18/02/2019 08:19

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam que o câncer de colo de útero é o terceiro que mais atinge as mulheres no Brasil e corresponde à quarta maior causa de morte por cancro no público feminino no país. Enquanto alguns subtipos de HPV (vírus do papiloma humano) predispõem ao desenvolvimento de tumores malignos, sendo o contato sexual sem proteção a principal fonte de infecção, outros estão relacionados à ocorrência de verrugas em diferentes partes do corpo.

O exame mais comum para identificar a presença do HPV nas mulheres é o Papanicolau, que conforme recomendações do Ministério da Saúde, deve ter seu início aos 25 anos. Após dois exames anuais consecutivos com resultados negativos, a periodicidade muda para três anos, até que a paciente complete 64 anos.

Por consistir apenas na coleta de uma parte de material do colo uterino, o exame de Papanicolau muitas vezes é visto como questionável. Segundo o ginecologista e obstetra Jan Pawel Andrade Pachnicki, professor da Universidade Positivo, de Curitiba (PR), algumas lesões cancerosas podem ser identificadas em regiões que não são coletadas durante esse diagnóstico. "Células do canal do colo uterino, por exemplo, podem ter seu diagnóstico retardado", afirma o especialista.

Para melhor detecção e precisão, os médicos podem usar um teste molecular que é capaz de identificar o DNA de diferentes tipos de HPV, que já soma mais de 200 tipos, sendo aproximadamente 40 os capazes de desencadear infecções no epitélio do trato anogenital masculino e feminino. "O HPV é mais comum do que se pensa. De 75 a 80% das mulheres entram em contato com o vírus em algum momento da vida. Como ele pode ficar latente por mais de 15 anos, a detecção precoce pode evitar complicações e o acompanhamento ginecológico e exames são necessários", alerta o ginecologista.

De acoredo com Jan Pawel Pachnicki, um resultado negativo no teste molecular, a mulher pode ficar de três a cinco anos isenta de repetir o procedimento. "A coleta é semelhante à do exame de Papanicolau, feita com uma escovinha inserida pela vagina da paciente. A diferença é que no exame molecular a análise é feita por um equipamento, enquanto no Papanicolau a amostra é analisada diretamente na lâmina [em laboratório]", esclarece o especialista.

Apesar de ser cada vez mais recomendado no meio médico e integrar o rol de procedimentos obrigatórios da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o exame molecular ainda não é aplicado como rastreamento de rotina no Sistema Único de Saúde (SUS). "Acredito que a utilização do método poderia reduzir custos com exames anuais e apresentaria resultados precisos, permitindo que os médicos pudessem iniciar o tratamento adequado de forma correta", diz o médico e professor.

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