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Bem-estar

Vale a pena fazer reposição hormonal?

Professora da USP trata desse tema polêmico

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- Foto: Harvard Women's Health Watch/Reprodução

Muitas mulheres ainda têm dúvida de vale a pena fazer reposição hormonal quando chega a menopausa. Como todo tratamento, a incorporação de hormônios pode gerar efeitos colaterais, apesar de existirem muitas opções de reposição: injetável, comprimidos, adesivo, gel ou até fitoterápicos – plantas que possuem os chamados flavonoides.

Para quem está sentindo os sintomas da menopausa, o recomendável é procurar ajuda médica. "Se ela apresenta as famosas ondas de calor, irritabilidade, insônia, nervosismo, diminuição da libido, ela se sente mais motivada a tratar esses sintomas. Mas os efeitos da falta de estrogênio ocorrem em cerca de metade das pacientes que entram na menopausa. Por isso existe esse dilema . Algumas pacientes não apresentam os sintomas e questionam se precisam utilizar essa medicação", comenta a ginecologista Rosana Maria Reis, professora da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, em entrevista à Rádio USP.

A especialista afirma que a grande vantagem de fazer a reposição hormonal é a manutenção da qualidade da massa óssea, evitando problemas como a conhecida osteoporose, que deixa os ossos frágeis. "Quando a gente para de produzir estrogênio pelo ovário, ocorre maior perda de massa óssea. Se você faz a reposição por um período, talvez uma década, que é o mais usual, acaba retardando os problemas terá em relação à massa óssea.
Contudo, ao tomar a decisão de realizar a reposição, é preciso conhecer os riscos e as contraindicações. Mulheres que já tiveram algum tipo de câncer que tem relação com hormônios, principalmente o estrogênio, como o câncer de mama, ou então se a mulher teve algum fenômeno tromboembólico, como infarto, Acidente Vascular Cerebral e trombose nos membros inferiores. Essas são as contraindicações absolutas, mas existem outras", esclarece a professora da USP.

Para as mulheres que estão na menopausa e não fazem reposição hormonal, existem outras formas de cudiar da massa óssea. "Nós devemos manter uma dieta rica em cálcio, com leite e derivados. Pacientes que são intolerantes a lactose ou não gostam desses alimentos, podem fazer a reposição de cálcio. Outra vitamina fundamental é a D. É preciso ainda fazer atividades físicas, principalmente à de impacto. A musculação é a campeã para mobilizar a massa óssea, além de caminhada e corrida", diz Rosana Reis.

De acordo com a ginecologista, para as mulheres que preferem optar pela reposição hormonal, o ideal é começar antes dos 60 anos. "Ou então, até 10 anos após o fim dos ciclos menstruais. Agora, o tempo de suspensão da medicação tem que ser muito individualizado", afirma a especialista.

A médica ressalta ainda que a reposição hormonal pode afetar a vida sexual de algumas pacientes. "Às vezes, mesmo a mulher fazendo reposição, cerca de 20% delas, pode apresentar uma alteração ou uma diminuição na lubrificação vaginal, o que dificulta a atividade sexual. Neste caso, é preciso associar um lubrificante vaginal ao tratamento. E, muitas vezes, as pacientes não têm ideia dessa informação e ficam constrangidas para abordar o assunto com os médicos", afirma a professora da USP.

(com Rádio USP).