De acordo com um estudo da Escola de Medicina do Kansas, nos Estados Unidos, liderado pelo pediatra Mohinder Vindyhal, especializado em Medicina Interna, pessoas que usam cigarro eletrônico (e-cigarette) possuem risco 56% maior de ter um ataque cardíaco em comparação com não fumantes. O risco de Acidente Vascular Cerebral (AVC) chega a ser 30% maior. Depressão, transtornos de ansiedade e emocionais são cerca de duas vezes mais comuns nos usuários de e-cigarette do que nos demais. A informação foi divulgada pela emissora estatal alemã Deutsche Welle.
"Descobrimos que não importa quantas vezes você consome cigarros eletrônicos, e mesmo que isso aconteça em alguns dias por semana, é mais provável que você tenha um ataque cardíaco ou uma doença coronariana", afirma Vindyhal à emissora.
A pesquisa refuta a crença de que esses acessórios são menos perigosos do que os cigarros comuns por não produzirem fumaça resultante da queima de tabaco e outros ingredientes, o que, teoricamente, levaria menos toxinas aos pulmões.
Conforme a Deutsche Welle, como era de se esperar, os cigarros normais tiveram um desempenho significativamente pior do que os eletrônicos: o risco de um ataque cardíaco foi 165% maior; assim como a probabilidade de uma doença arterial coronariana (94% maior); e de um acidente vascular cerebral (78% maior).
Na pesquisa, Mohinder Vindyhal usou dados de um estudo em grande escala realizado pelo Centro de Saúde dos Estados Unidos.
Foram avaliados 96.467 participantes em 2014, 2016 e 2018, que responderam questões relacionadas ao uso ou não de cigarros eletrônicos. Com média de idade de 33 anos, os usuários de e-cigarettes eram mais jovens do que os de cigarros normais – acima de 40 anos.
Os cientistas alertam que a relação entre depressão e uso de cigarros eletrônicos pode se tratar de apenas um erro provocado pela causalidade e correlação.
No entanto, Vindyhal se atém aos dados do estudo: "Até agora, pouco se sabia sobre doenças cardíacas em conexão com o uso de cigarros eletrônicos. Esses dados devem nos despertar para entrarmos em ação e aumentar a conscientização sobre os perigos dos e-cigarretes", afirma o pesquisador à emissora alemã.
(com Deutsche Welle).