Ainda pouco conhecido, o câncer renal pode ser considerado relativamente incomum, atingindo cerca de 150 mil pessoas em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). A maioria das vítimas são homens de 50 a 70 anos. No Brasil, a incidência estimada é de sete a 10 casos para cada grupo de 100 mil habitantes.
"Em seus estágios iniciais, o câncer de rim costuma apresentar poucos sintomas e, muitas vezes, o diagnóstico é feito como um achado ocasional em exames de imagem realizados por outras razões", comenta o oncologista Andrey Soares, do Centro Paulista de Oncologia (CPO), de São Paulo (SP).
Ainda segundo o especialista, um pequeno número de pacientes tem massa abdominal palpável, dor e presença de sangue na urina. Outros sintomas, como falta de ar, emagrecimento e dores ósseas podem ser consequência da metástase (espalha para outros órgãos) da doença. "A confirmação do diagnóstico só é possível após a análise do patologista que, muitas vezes, ocorre após abordagem cirúrgica da lesão ou biópsia de alguma metástase", diz o médico.
Abaixo, o oncologista cita os cinco tipos de câncer renal:
- Carcinoma renal de células claras: é o mais comum, ocorrendo de 70% a 90% dos casos. Ele tem origem no tubo responsável por filtrar as impurezas do sangue
- Carcinoma papilar: menos comum, esta forma do tumor atinge de 10% a 15% dos casos. É um tipo agressivo que pode causar metástase. Costuma levar à obstrução das vias urinárias, gerando dor
- Carcinoma renal cromófobo: ocorre em cerca 5% dos casos e é considerado um dos menos agressivos
- Ductos coletores: tipo de tumor extremamente raro que afeta uma estrutura do rim chamado Tubo de Bellini
- Sarcomatoides: em geral, ocorre juntamente com outros tipos, principalmente o carcinoma de células claras, sendo um componente do mesmo e com características mais agressivas
Andrey Soares explica que o câncer renal pode ter várias causas, principalmente tabagismo, obesidade, hipertensão arterial, insuficiência renal terminal e histórico familiar, uso prolongado de analgésicos não esteroides, e exposição ocupacional a alguns agentes como cádmio e derivados de petróleo.
Ainda de acordo com o médico, a escolha do tratamento depende de fatores variados desde o tipo e extensão do tumor até as condições clínicas do paciente, podendo incluir cirurgia e/ou terapias de alvo molecular.