Estado de Minas IMUNIZAÇÃO

Não há relação entre tríplice viral e autismo, diz estudo

Pesquisa avaliou mais de 650 mil crianças dinamarquesas


postado em 06/03/2019 13:42 / atualizado em 06/03/2019 13:46

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

Em artigo publicado nesta semana no periódico Annals of Internal Medicine, do Colégio Americano de Médicos, dos Estados Unidos, cientistas que avaliaram mais de 650 mil crianças dinamarquesas concluíram que a vacina tríplice viral, que imuniza contra sarampo, caxumba e rubéola, não aumenta o risco de autismo.

A pesquisa reuniu os resultados do estudo nacional realizado por pesquisadores do Statens Serum Institut de Copenhague, na Dinamarca.

Em 1998, por meio de um polêmico artigo, o médico britânico Andrew Wakefield havia associado a tríplice viral ao autismo, o que acabou gerando preocupação em todo o mundo, além de um movimento antivacinas.

Essa suposta relação foi refutada com várias pesquisas posteriores e também no novo estudo realizado ao longo de mais de uma década na Dinamarca. O documento conclui que a tríplice viral não aumenta o risco de autismo, nem o desencadeia em crianças suscetíveis à doença por diversos fatores.

Os especialistas do Statens Serum Insitut incluíram em sua análise 657.461 crianças dinamarquesas, nascidas entre 1º de janeiro de 1999 e 31 de dezembro de 2010. Elas foram acompanhadas desde o primeiro ano de vida e até 31 de agosto de 2013.

Do total de crianças observadas, 6.517 foram diagnosticadas com autismo. Comparando os menores vacinados com a tríplice viral com os não imunizados, não foram encontradas diferenças substanciais nos índices de risco de autismo.

"Não encontramos fundamento para a hipótese de risco aumentado de autismo após a vacina tríplice viral numa população nacional aleatória de crianças dinamarquesas", informa o artigo recém publicado.

Da mesma maneira, não se registrou nenhum aumento na probabilidade de sofrer de autismo depois da vacinação entre os subgrupos de crianças com fatores de risco associados à enfermidade.

Os autores destacam ainda que o estudo chega à mesma conclusão que uma pesquisa de 2002, que acompanhou 537 mil crianças dinamarquesas. Além disso, citam 10 outras pesquisas sobre vacinas infantis, incluindo seis sobre a tríplice viral, que também não encontraram ligação entre vacina e autismo.

Vale dizer que a pesquisa de Andrew Wakefield foi retirada do ar pela publicação científica The Lancet, e o autor perdeu a licença para exercer a Medicina no Reino Unido, após processo que avaliou diversas acusações de má conduta profissional relacionadas ao estudo.

(com Deutsche Welle)

Os comentários não representam a opinião da revista e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação