Estado de Minas NEUROLOGIA

Entenda a paralisia de Bell

Problema afetou Liminha, ajudante de palco do SBT em 2018


postado em 02/04/2019 12:35 / atualizado em 02/04/2019 12:44

Em 2018, o assistente de palco Liminha, que trabalha no SBT, foi internado com suspeita de AVC, mas foi diagnosticado com paralisia de Bell(foto: Instagram/liminhasbt/Reprodução)
Em 2018, o assistente de palco Liminha, que trabalha no SBT, foi internado com suspeita de AVC, mas foi diagnosticado com paralisia de Bell (foto: Instagram/liminhasbt/Reprodução)

No final de 2018, o assistente de palco Ailton Alves Sampaio, de 53 anos, mais conhecido como Liminha, que trabalha nos programas do SBT, assustou os fãs ao ser internado no hospital com suspeita de AVC. Porém, os médicos descobriram que ele foi vítima de uma condição relativamente rara chamada paralisia de Bell, que afeta menos de 150 mil pessoas no Brasil. Outros famosos já apresentaram o mesmo problema, como o piloto Ayrton Senna, em 1984, e o jogador de futsal Falcão, durante a Copa do Mundo da categoria em 2012.

Também chamada de paralisia facial periférica, a condição é caracterizada pela inflamação do nervo facial, que controla a contração da musculatura do rosto. Ele acaba parando de funcionar parcialmente ou completamente. "A inflamação leva a inchaço do nervo e dos pequenos vasos sanguíneos ao redor dele, que, por serem cercados pelos ossos do crânio, são comprimidos e interferem na capacidade do nervo de conduzir os impulsos elétricos, levando à incapacidade de comunicação com os músculos do rosto, causando paralisia da face", esclarece o neurologista Rodrigo Meirelles Massaud, em artigo publicado no site oficial do Hospital israelita Albert Einstein, de São Paulo (SP).
Normalmente, a paralisia de Bell apresenta como principais sintomas a fraqueza dos músculos de um lado do rosto com paralisia da pálpebra superior, dificultando o fechar e o piscar do olho, podendo causar ressecamento e lesão na córnea. Pode ocorrer ainda o desvio da boca para o lado contrário ao da paralisia (boca torta).

Como há muita confusão entre essa paralisia e a ocorrência de derrame ou acidente vascular cerebral (AVC), o Albert Einstein diz que a principal diferença entre os dois problemas é que não ocorre paralisia em outra região do corpo. "No derrame geralmente a boca entorta sem atingir o olho. Apesar das pistas clínicas é importante procurar um médico com urgência para afastar causas graves de lesões neurológicas e iniciar o tratamento precoce", alerta o médico.

O diagnóstico da paralisia Bell é totalmente clínico, não dependendo de exames complementares.

"A maioria das pessoas com paralisia de Bell se recuperam completamente, isso pode demorar um período de três semanas até nove meses. Uma minoria mantém algumas sequelas ao longo da vida", afirma o neurologista no artigo.

Apesar de não existir uma causa definida para o surgimento da condição, cientistas acreditam que a inflamação do nervo facial, com interrupção do seu funcionamento, ocorre como decorrência de infecções virais. "O vírus que mais frequentemente leva à paralisia de Bell é o herpes simples, o mesmo que causa a herpes labial e a genital. Outros vírus também podem causar a paralisia, incluindo o da herpes zoster, que causa a catapora; o citomegalovírus; e o vírus Epstein-Barr, que causa mononucleose", informa Rodrigo Meirelles Massaud.

O tratamento da paralisia é feito, normalmente, com medicamento corticoide, que ajuda a reduzir o inchaço e melhora as chances de recuperação completa. Podem ser usados ainda antivirais.

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