Um caso raro está chamando a atenção no mundo: um homem de 54 anos, após retornar de uma viagem ao sudeste da Ásia, onde passou grande parte das férias exposto ao Sol, foi diagnosticado com danos nos rins em virtude de doses excessivas de vitamina D (colecalciferol), hormônio produzido naturalmente pelo organismo sob influência da radiação solar e que pode ser consumido também em forma de suplemento.
Após ter sido encaminhado para um nefrologista e realizar outros testes, foi revelado que o homem havia recebido a prescrição de altas doses de vitamina D por um naturopata. O caso inusitado consta de um estudo publicado na última segunda, dia 8 de abril, no periódico científico Canadian Medical Association Journal.
Durante dois anos e meio, o paciente, que não tinha histórico de perda óssea ou deficiência de vitamina D, tomou de oito a 12 gotas do hormônio por dia. Como resultado, apresentou níveis elevados de cálcio no sangue, o que o deixou com sérios danos renais. COmo se sabe, o colecalciferol é um importante aliado na saúde dos ossos justamente por contribuir para a fixação do cálcio.
Porém, como mostra a pesquisa recém divulgada, a dose diária recomendada de suplemento de vitamina D é de 10 a 25 mcg (micrograma) por dia. Já as doses elevadas, que vão de 20 mcg a 50 mcg, normalmente são recomendadas para adultos com alto risco de osteoporose (fragilidade óssea) e também para idosos.
"Embora a toxicidade da vitamina D seja rara devido a um amplo expecto terapêutico, sua maior disponibilidade nas variadas suplementações vendidas sem receita pode representar um risco substancial para pacientes desinformados", comenta o pesquisador Bourne Auguste, da Universidade de Toronto, no Canadá, citado no artigo publicado na Canadian Medical Association Journal.
Por isso, os médicos devem estar cientes dos riscos do uso de vitamina D para limitar as complicações relacionadas à hipercalcemia.
De acordo com o estudo, os níveis de cálcio constumam apresentar uma piora antes de melhorar, mesmo após o fim da ingestão de suplementos, já que a vitamina D é lipossolúvel (dissolve em gordura).
"Nossa experiência mostra que os pacientes e os médicos devem estar mais bem informados sobre os riscos em relação ao uso irrestrito da vitamina D", afirmam os pesquisadores canadenses.
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