O ceratocone é mais comum entre adultos jovens, mas pode surgir também na infância ou na adolescência. Geralmente, a doença tende a estabilizar a partir dos 35 anos. Mas até lá é preciso atenção e cuidados para conter o seu avanço que, quando grave, pode levar a um transplante de córneas. O ceratocone caracteriza-se por um afinamento e deformação da membrana. O tecido vai adquirindo um formato irregular, mais cônico. Os sintomas são o aparecimento de miopia e alto grau de astigmatismo, aliado à baixa visão. É preciso ficar atento, já que a condição pode surgir na infância. A dificuldade para enxergar deve sempre ser um chamado para os pais levarem as crianças para uma avaliação médica.
Coceira
A coceira nos olhos é um sintoma e também um alerta, que pode ajudar o paciente a chegar ao diagnóstico. Por isso mesmo, a campanha “Junho Violeta” destaca os riscos desse hábito. Quanto mais cedo o oftalmologista for procurado, mais chances existem de controle. “Para quem tem o ceratocone, é muito importante não coçar os olhos. Para amenizar a sensação o oftalmologista pode receitar colírios antialérgicos”, explica o oftalmologista Leonardo Gontijo, diretor clínico do Instituto de Olhos de Minas Gerais (IOMG) e professor na Faculdade Ciência Médicas.
Doença tem solução
Embora a doença cause preocupação, a boa notícia é que o seu tratamento evoluiu muito. Dos óculos, que podem ajudar a melhorar a visão, até técnicas cirúrgicas modernas, existem várias opções para controlar e conviver com a doença. Leonardo Gontijo explica que o cross-linking, uma das alternativas disponíveis, é uma cirurgia que pode evitar a evolução, e assim os transplantes de córnea. Existe também a opção de lentes de contato. De acordo com o médico, as novas lentes, chamadas de esclerais, provocam uma revolução no tratamento, já que ao contrário das versões antigas elas são estáveis nos olhos e confortáveis. “O paciente não sente a presença da lente no olho.” As lentes esclerais surgiram nos Estados Unidos, na Universidade do Colorado e são uma importante opção para a reabilitação visual. O fato de não serem apoiadas nas córneas faz delas uma solução muito confortável para os pacientes, isso porque apoiam-se na esclera – área periférica da córnea, muito menos sensível. “Além disso, funcionam como uma espécie de proteção aos olhos”, diz o médico. O “Junho Violeta” quer chamar atenção para os novos tratamentos disponíveis e para antigos hábitos que devem ser esquecidos, como o de coçar os olhos.