

Tasso Amós lembra que se cuidar e manter os hábitos de higiene é essencial durante a crise sanitária, mas é preciso observar se há exageros. Ele explica que alguns sinais podem ser observados em pessoas quem têm ou estão desenvolvendo TOC por limpeza, como, por exemplo, lavar as mãos repetidamente, ficar com medo de sair às ruas quando necessário e exceder-se na limpeza na casa. Tasso Amós lembra, ainda, que lavar as mãos com uma frequência muito alta pode, inclusive, causar feridas, por causa do excesso produtos químicos. Pessoas que manifestam esses indícios, devem procurar ajuda psiquiátrica, de acordo com o especialista.
Tasso Amós ressalta que essa ansiedade provoca prejuízos sociais e à saúde. "Portadores de TOC sofrem de um desconforto crônico, que pode piorar ainda mais em contextos estressantes, como o da atual pandemia. A meticulosidade e as tentativas de manter controle acabam levando ao oposto, a rotina pode ser prejudicada pelas compulsões que chegam a consumir horas do dia", comenta o médico.
Como o transtorno obsessivo-compulsivo age
Pacientes com TOC não sentem apenas uma simples preocupação, e sim são invadidos por um sentimento de medo, segundo Tasso Amós. "Nessa condição, um fluxo recorrente de pensamentos, sentimentos ou imagens intrusivas causam grande sofrimento. Isso leva a comportamentos ritualizados, como organizações sistemáticas de objetos pessoais ou a conferência repetidas vezes se fechou as portas, janelas, gás antes sair de casa ou dormir. Se não realizar esses rituais, acredita que algo ruim acontecerá", explica o psiquiatra.
Os portadores de TOC, geralmente, têm vergonha de relatar o problema, e isso dificulta o diagnóstico e o tratamento, segundo Tasso Amós. Por isso, ele destaca que é importante um amigo ou familiar jamais criticar a pessoa que está sofrendo com o transtorno. O correto nesse caso é ter uma atitude acolhedora e ter atenção aos comportamentos e alterações de humor do portador de TOC, como a insônia.
Dados da Organização Mundial de Saúde apontam que cerca de 4 milhões de brasilerios sofrem com algum tipo de transtorno obsessivo-compulsivo. A doença, ainda de acordo com a entidade, está entre as dez maiores causas de incapacitação no mundo. O tratamento, na maioria dos casos, é feito por meio de terapia e medicações.