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SAÚDE

Cardiômetro já registra mais de 113 mil mortes no Brasil em 2023

Doenças cardiovasculares são a principal causa de óbitos em todo o mundo. Prevenção e mudança de hábitos podem evitar a maioria dos casos

Da redação
- Foto: Freepik
Cardiômetro, indicador da Sociedade Brasileira de Cardiologia que monitora as mortes por doenças cardiovasculares no Brasil já está apresentando quase 113.500 mortes contabilizadas desde 1º de janeiro de 2023. As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em todo o mundo de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). A OMS também aponta que cerca de 17,5 milhões de pessoas morrem todos os anos em função destas doenças. No Brasil, segundo a SBC, estima-se que 400 mil pessoas podem morrer anualmente por problemas do coração.

"Má alimentação, tabagismo, consumo excessivo de álcool, estresse, histórico familiar, diabetes, colesterol alto e hipertensão; estão entre os principais fatores de risco para o aparecimento de doenças cardiovasculares. Além disso, algumas doenças que afetam o coração são assintomáticas, e quando surgem sinais de alerta o paciente já pode estar com a saúde e a vida em risco. As doenças cardiovasculares são as que mais matam no mundo por em grande parte das vezes não apresentar sintomas prévios antes de um evento cardiovascular." explica o cardiologista Augusto César Vilela.

Passar por uma avaliação cardiológica pode parecer estranho para quem não apresenta problemas cardíacos, mas conhecer o funcionamento do coração caso a caso e entender que outros fatores podem contribuir para o comprometimento cardíaco, é essencial no trabalho de prevenção e cuidados com a saúde integral. "O check up cardiológico auxilia na avaliação e controle dos fatores de risco. É através da avaliação e histórico clínico do paciente, da realização de exames laboratoriais, teste ergométrico e exames de imagem; que o cardiologista pode orientar em relação aos cuidados preventivos e prescrever o melhor tratamento para cada paciente.
A avaliação mais detalhada é feita de acordo com a necessidade de cada paciente, onde pode ser solicitado outros exames, como ecocardiograma, doppler vascular, MAPA, holter, cintilografia de perfusão miocárdica, angiotomografia das artérias coronárias e ressonância cardíaca", afirma o cardiologista.

Boa parte dos cuidados que previnem as doenças cardíacas está ao alcance de todos, como manter uma alimentação equilibrada e praticar atividade física. A combinação é clichê, mas juntas, mudam para melhor o funcionamento do corpo e também da mente. "Alimentar-se bem e praticar atividade física faz bem para o corpo como um todo. Ingerir alimentos ricos em fibras, proteínas, vitaminas e minerais, contribui para manter os índices de saúde em equilíbrio. Associado a isto, recomenda-se praticar atividade física regular, fator este que contribui para manter o peso adequado, melhora a circulação sanguínea, contribui para redução dos níveis de açúcar e gordura, que por sua vez; reduz também o colesterol LDL, que em níveis elevados, acumulam-se nas paredes internas das artérias e pode levar ao entupimento das mesmas. Estes são alguns dos benefícios que a atividade física promove em nosso organismo. Lembrando que é preciso conhecer o histórico de saúde do paciente para poder indicar a atividade mais indicada para ele", diz o médico.

O check-up cardiológico anual deve começar a ser feito por volta dos 40 anos de idade para os homens e após a menopausa para as mulheres, no caso de indivíduos saudáveis. Quando há histórico familiar de doença do coração, obesidade, hipertensão, colesterol alto, diabetes ou outro fator de risco, a primeira consulta precisa ser antecipada.

"Os problemas cardíacos têm maior chance de cura quando detectadas precocemente. Cuidar da saúde como um todo previne e muito o aparecimento de doenças que há 50 ou 100 anos atrás, por exemplo, não existiam ou eram raras. Hoje, em função dos hábitos alimentares e de vida que as pessoas adquiriram, como consumo de alimentos ultraprocessados, fast foods, excesso de uso de aparelhos eletrônicos como celular, vídeo games, estamos nos tornando cada vez mais sedentários ao mesmo tempo em que aumentamos o consumo de alimentos ricos em gordura e açúcar. Reverter este quadro é urgente e necessário se quisermos ter uma vida longeva e com saúde", alerta Augusto Vilela.
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